Pedro Jobim, economista-chefe da Legacy Capital, reconhecida gestora brasileira com mais de R$20 bilhões em ativos sob gestão, publicou neste domingo (01) um contundente texto em seu Substack.
Comentando os recentes fatos políticos à luz do horizonte econômico e monetário do país, Jobim afirma que o “Brasil está em uma encruzilhada” e que “a sociedade deve reagir aos últimos acontecimentos.”
“O banimento do X, única rede social que permitia a livre manifestação de indivíduos, veio acompanhado do bloqueio de bens e receitas da Starlink. Em um país onde a imprensa já não cumpre seu papel há décadas, o X tornou-se praticamente a única fonte onde é possível buscar a verdade.”
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Ampliando sua análise para um campo ainda mais político, Jobim declara que “Há anos o país afunda num abismo legal e moral que parece não ter fim.“
Tema central na Faria Lima diante das decisões de Moraes, a insegurança jurídica promovida por ele com o congelamento financeiro da Starlink no país seria digna de uma “redução imediata de alguns degraus na nota de crédito do país” se as agências de rating “fossem instituições sérias“, segundo Jobim.
Constituição brasileira não é aplicada e Congresso está morto
Jobim afirma ainda, “não é de hoje que nosso ordenamento constitucional deixou de existir. Inviolabilidade de parlamentares por quaisquer de suas palavras, direito de acusados por quaisquer crimes à ampla defesa e ao devido processo legal, separação e independência dos poderes constituídos, igualdade de todos perante às leis, liberdade de expressão, tudo isso e muito mais tornaram-se letra morta há muitos anos”, explica.
Ele ainda aponta que os corruptos e corruptores responsáveis pela tragédia que levou à maior recessão da história do Brasil estão todos soltos, enquanto senhoras de idade estão presas, condenadas a dezessete anos de cadeia por crimes que não cometeram. A lista de barbaridades é tão grande e tão conhecida que não precisa ser aqui repetida, afirma em seu texto.
Dada a falta de contrapesos institucionais, a conivência da imprensa, das lideranças do congresso nacional, e da elite empresarial com relação à abolição do ordenamento legal do Brasil, os últimos desenvolvimentos nesta seara eram amplamente previsíveis.
Eventos como os dos últimos dias estão colocando o Brasil em um grupo de países totalitários, onde não existe ordenamento legal ou segurança jurídica, e que não apenas já são ou estão se tornando não elegíveis a investimento estrangeiro, como também estão sujeitos à evasão do capital de seus próprios residentes, como Rússia, Cuba, China, Coreia do Norte e Irã.