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As ações do GPA (PCAR3) operam em forte queda e figuram entre as maiores perdas do Ibovespa (IBOV) nesta terça-feira (6) em reação ao balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25), divulgado na véspera (5).

Por volta de 11h20 (horário de Brasília), PCAR3 teve as negociações suspensas e entraram em leilão com baixa de 13,65%, a R$ 3,65. Na retomada dos negócios, os papéis aceleraram queda para mais de 20%.

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O grupo varejista reportou um prejuízo líquido consolidado de R$ 169 milhões no 1T25, 74,4% menor do que o prejuízo reportado no mesmo período em 2024.

A cifra considera os resultados das operações continuadas e descontinuadas em 2021 e 2024. O consenso reunido pela Bloomberg apontava para um prejuízo líquido de R$ 189 milhões no período de janeiro a março deste ano.

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Além do balanço trimestral, os investidores também acompanham as movimentações da companhia em relação a trocas no conselho de administração — requerida pelo fundo Saint German, controlado por Nelson Tanure.

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Ontem (5), a assembleia de acionistas da empresa elegeu novos conselheiros nomeados pelo empresário Nelson Tanure e pelo investidor Rafael Ferri.

Uma ata da assembleia divulgada pelo GPA confirmou a remoção das candidaturas de Pedro de Moraes Borba e Rodrigo Tostes Solon de Pontes pelo fundo de investimento Saint German, enquanto Sebastián Dario Los, também indicado pelo fundo, foi eleito.

À Reuters, Tanure disse que tinha um plano audacioso para o futuro do GPA, mas como a chapa proposta não teve continuidade, decidiu não seguir com este projeto “em que não acreditamos mais”. “Houve uma corrida pelas ações que não combina com o longo prazo”, disse Tanure.

Também em entrevista à Reuters, Ferri, cujo grupo elegeu dois membros no conselho, disse que chegou com uma postura “construtiva”. Ele afirmou que pretende dar mais visibilidade ao que tem sido feito na rede, e que muitos desconhecem, além de estar aberto a discutir ideias que sejam positivas para o grupo.

Ainda na última segunda-feira (5), Ferri reduziu sua participação para menos de 5%. Segundo o GPA, o investidor informou à empresa que suas participações na companhia caíram para 2,73%, incluindo derivativos, e que seu objetivo com a alteração na fatia “é estritamente de investimento”.

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A alavancagem da companhia é medida pela relação entre dívida líquida sobre Ebitda (ex-IFRS16 e considerando recebíveis não antecipados) encerrou março a 2,8 vezes ante 3,0x no 1T24. “ A alavancagem financeira ainda elevada continua sendo um ponto de atenção”, avaliaram os analistas Bruno Henriques, Luís Mollo e Marcel Zambello do BTG Pactual.

A XP Investimento afirmou que a rentabilidade foi o principal destaque, com a margem bruta atingindo 27,6%, um avanço de 40 pontos-base na comparação anual. De acordo com os analistas, o número refletiu melhores condições comerciais, ajustes operacionais e receitas de mídia de varejo.

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Na avaliação do Goldman Sachs, os números vieram em linha com o esperado. Para os analistas, o efeito calendário pesou negativamente no trimestre, devido ao efeito do ano bissexto e ao ‘deslocamento’ da Páscoa para abril.

Já o Itaú BBA disse que o GPA “mantém um dos modelos de negócios mais resilientes em meio a turbulentas condições macroeconômicas”.

“Seu foco em produtos não discricionários de maior renda provavelmente contribuiu para entregar um sólido crescimento de 7,3% nas Vendas Mesmas Lojas (SSS) no 1T25, que está ligeiramente abaixo da taxa de inflação de alimentos de 7,5% e possivelmente o maior SSS entre nossa cobertura de varejo de alimentos”, escreveu o analista Rodrigo Gastim, em relatório.

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Para o BTG Pactual, o GPA ainda é uma “opção mais arriscada” entre os varejistas de alimentos, apesar da melhora operacional nos últimos trimestres e da implementação de iniciativas para fortalecer margens e geração de caixa.

“O processo de reestruturação para recuperar vendas e rentabilidade segue em andamento, e com o ritmo de desalavancagem ainda no centro das atenções (dado o cenário de juros elevados)”, afirmaram os analistas do banco em relatório.

O Itaú BBA também avalia que o grupo varejista permanece focado em melhorar a lucratividade enquanto administra as pressões não operacionais — “que continuam a pesar no resultado final”.

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