A Transpetro, subsidiária de transporte da Petrobras (PETR3;PETR4), anunciou nesta segunda-feira, 8, a primeira licitação para a construção de quatro navios de transporte de combustíveis, os primeiros do programa de ampliação e renovação da sua frota. A ideia é lançar, ao todo, quatro editais para construção de 25 navios próprios, até o fim de 2025, a um investimento total de US$ 2 bilhões a US$ 2,5 bilhões.
A recuperação da indústria naval tem sido uma obsessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fala com frequência sobre a retomada da construção de navios no Brasil desde a sua posse. “Quero que vocês tenham certeza que a gente vai recuperar a indústria naval brasileira”, afirmou o presidente em um evento em Niterói (RJ), em abril deste ano.
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Indústria naval é um fracasso no Brasil no histórico de Lula
A indústria naval no Brasil é um histórico de fiasco total. A iniciativa passa diretamente pelos investimentos da Petrobras na área. A suposta “lentidão” do ex-presidente da estatal, Jean Paul Prates, em tirar esses projetos do papel, é apontada como um dos motivos que levaram à sua demissão. A nova presidente da companhia, Magda Chambriard, assumiu o cargo em maio sob cobrança do governo para acelerar investimentos em grandes obras e ressuscitar a indústria naval brasileira.
Lula já tentou estabelecer um polo naval no Brasil, em seus mandatos anteriores, com resultados desastrosos. A empresa Sete Brasil, que tinha participação da Petrobras e foi criada em 2010 para gerenciar a construção de 28 navios-sonda para a exploração do pré-sal, conseguiu entregar apenas quatro deles. Alvo de investigações de corrupção na Operação Lava Jato, a Sete Brasil pediu recuperação judicial em 2016, com dívidas estimadas à época em cerca de R$ 20 bilhões. Neste ano, o administrador da recuperação judicial pediu a falência definitiva da companhia.
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Nesta segunda, Magda disse que o edital para construção de quatro navios de classe handy, publicado na última sexta-feira, 5, vai reduzir a exposição da estatal às flutuações nos preços de frete, que afetam as tarifas de afretamento. Esses navios, com capacidade entre 15 mil e 18 mil toneladas de porte bruto (TPB), vão transportar combustíveis derivados de petróleo.
Ainda assim, segundo o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, os postulantes à construção do navio que o façam no território brasileiro têm vantagens, como acesso a financiamento do Fundo de Marinha Mercante (FMM).
Além disso, quem construir no Brasil ficará em melhor posição na equalização de propostas, por não imporem custos com impostos de internalização a serem pagos após a entrega do equipamento à Petrobras. Tudo isso coloca estaleiros nacionais em vantagem na disputa.