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Analistas comentam a divulgação do plano de negócios 2025-2029 da Petrobras (PETR3;PETR4), que prevê investimentos de US$ 111 bilhões, além do pagamento de R$ 20 bilhões (cerca de US$ 3,5 bilhões) em dividendos extraordinários aos acionistas – para alguns analistas, o valor deste provento pode ser ainda maior.

O conselho de administração da Petrobras aprovou na quinta-feira 21 o pagamento de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários. Do total, R$ 5,7 bilhões entrarão nos cofres do governo federal e ajudam a reduzir o rombo de 2024 da gestão Lula. O pagamento aos acionistas será feito em uma única parcela em 23 de dezembro deste ano.

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O otimismo com relação à remuneração também ocorre por duas mudanças, na meta da dívida bruta e na redução do nível mínimo de caixa, dando mais flexibilidade para pagar altos proventos.

Com isso, o mercado reage positivamente, com os ativos chegando a subir cerca de 3%: às 10h13 (horário de Brasília) desta sexta-feira (22), a alta era de 2,90% (R$ 42,28) para PETR3 e de 2,82% (R$ 38,97) para PETR4, para depois amenizaram para ganhos de cerca de 2% para ON e de 1,6% para PN.

A XP aponta que o valor do dividendo está em linha com o cálculo do dividendo embutido no orçamento do governo para 2024. Na visão dos analistas, havia espaço para distribuições um pouco maiores (US$ 4,5 bilhões), mas o resultado mais importante foi o pagamento efetivo dos dividendos que o mercado esperava (e o governo precisava).

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O valor do dividendo foi um pouco abaixo do que o Bradesco BBI esperava, que era um valor de US$ 3,6 bilhões, mas principalmente por conta da desvalorização recente do real.

Já em uma nota negativa entre os anúncios, no entanto, o BBI aponta que a curva de capex ficou acima de sua estimativa e com uma curva de produção semelhante, amplamente afetada pela inflação do setor, em nossa opinião. A certeza da execução deste investimento de capital (especialmente a longo prazo) ainda não foi definida, avalia.

Os dividendos são equivalentes a R$ 1,55 por ação local – um rendimento de 4,1% e 3,8% sobre as ações preferenciais e ordinárias, respectivamente.

As ações começarão a ser negociadas ex-dividendos em 12 de dezembro. Os pagamentos efetivos em dinheiro serão feitos em 23 de dezembro para os acionistas locais e em 3 de janeiro de 2025 para os detentores de ADRs.

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Entre outros pontos de destaque, a empresa reduziu sua estimativa de capex (investimentos) de 2025 de US$ 21 bilhões para US$ 18,5 bilhões no plano 24-28.

O capex em análise aumento de US$ 11 bilhões para US$ 13 bilhões, com a maior parte do aumento concentrada nos segmentos de E&P (+US$ 1 bilhão) e gás natural e energia de baixo carbono (+US$ 2 bilhões), parcialmente compensado por uma redução de US$ 1 bilhão no segmento de refino.

A empresa ainda revisou seu nível de caixa ideal para US$ 6 bilhões de US$ 8 bilhões anteriormente, enquanto a faixa superior para dívida bruta na política de dividendos foi elevada de US$ 65 bilhões para US$ 75 bilhões. O BBI aponta que isso abre espaço para o pagamento de dividendos elevados, mesmo que os preços do Brent caíssem para cerca de US$ 60 por barril.

“Com isso, continuamos esperando um pagamento de dividendos em dinheiro de US$ 12 bilhões para 2025 (rendimento de 13,5%), mesmo que os preços do Brent caíssem um pouco abaixo de nossa estimativa de US$ 76/barril para o próximo ano”, aponta.

Para a XP, o plano de negócios 2025-29 da Petrobras é uma evolução de seu plano anterior 24-28, em vez de uma revolução completa. Os analistas avaliam que essa é uma boa notícia, especialmente considerando a mudança na administração no início deste ano, que levantou preocupações sobre um afastamento do plano de negócios e um aumento repentino nos gastos.

A XP aponta que a redução da exigência de caixa mínimo para US$ 6 bilhões foi uma surpresa positiva, assim como a elevação do teto da dívida bruta para US$ 75 bilhões para permitir flutuações temporárias acima da meta de dívida bruta de US$ 65 bilhões.

“Em nossa opinião, a combinação dessas duas mudanças permite maior flexibilidade para o pagamento de dividendos extraordinários. Acreditamos que isso pode até se tornar uma vantagem para as contas fiscais do governo no final de 2025. Para ser claro, nosso argumento não é que a Petrobras pagará dividendos com base nas contas do governo, mas sim que ela terá mais flexibilidade em termos de tempo para distribuir dividendos extraordinários como o anunciado hoje. Tanto o governo quanto os acionistas minoritários se beneficiariam de tais dividendos”, aponta.

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O Morgan Stanley aponta que o anúncio de dividendos extraordinários foi como um “Natal antecipado”, vindo em linha com o esperado, assim como o plano estratégico de investimentos e devendo ser bem recebido pelo mercado.

Após a divulgação do plano, a XP reforçou recomendação de compra para PETR3 e PETR4, com preço-alvo de R$ 46 por ação. O Morgan Stanley também tem recomendação equivalente à compra (overweight, exposição acima da média) para os ativos PBR (ADRs, ou recibo de ações negociados na Bolsa de Nova York), equivalentes aos ONs, com preço-alvo de US$ 19 (potencial de alta de 34% frente o fechamento de quinta).

“O case de investimento da Petrobras continua centrado na remuneração dos acionistas, que – para o bem ou para o mal – está diretamente ligada à alocação de capital. Em nossa visão, os fluxos de caixa da Petrobras são muito resilientes e nos dão confiança para acreditar em um potencial para distribuir um incremento de US$ 3,5 bilhões em dividendos extraordinários em 2025 (após o anúncio de US$ 3,44 bilhões). Em nosso cenário base, isso dá suporte a um rendimento de dividendos atraente de 15,3% para 2025”, reforça o Morgan. O BBA e o JPMorgan também possuem recomendação equivalente à compra para a ação.

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