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A fabricante de pás eólicas Aeris (AERI4) Energy registrou prejuízo líquido de R$ 833,1 milhões no quarto trimestre de 2024, o que equivale a uma alta de 1.204,7% ante o prejuízo reportado no mesmo período de 2023, de R$ 63,9 milhões. No ano, a companhia reportou prejuízo líquido de R$ 934,1 milhões, cifra 776,5% maior que a registrada em 2023, de R$ 106,6 milhões.

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Impactado pela descontinuação de parte dos contratos, o mercado doméstico respondeu por 31,3% da receita no último trimestre de 2024. De julho a setembro, o porcentual era de 81,2%.

Já as pás para exportação aumentaram sua participação para 31,8%, frente a 1,4% no trimestre imediatamente anterior. Os serviços também aumentaram a participação: de 15,7% no terceiro trimestre para 26% no quarto trimestre.

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Em relação às linhas de produção, o ano foi finalizado com um portfólio de sete linhas das quais cinco são maduras.

O resultado trimestral foi impactado em R$ 751,0 milhões pela redução no valor recuperável de ativos (impairment, no jargão do mercado), que resulta da descontinuidade de três contratos com as empresas Siemens Gamesa, Nordex e WEG. Deste total, R$ 505,4 milhões referem-se a estoques, R$ 213,2 milhões a provisões para perdas, e outros R$ 32,3 milhões foram considerados intangíveis.

Esta última cifra decorre do phase out de um projeto encerrado, que inicialmente previa a entrega de 1.168 pás. Foram entregues, porém, apenas 440. De acordo com o diretor Administrativo Financeiro e de Relações com Investidores da Aeris, José Azevedo, no entanto, esta frente segue em discussão. A descrição como impairment foi feita para “dar a devida transparência para o mercado”, disse ao Broadcast Energia.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, da sigla em inglês) de outubro a dezembro foi negativo em R$ 1,6 milhão, ante resultado positivo de R$ 34 milhões um ano antes. No ano de 2024, o indicador apresentou queda de 58% quando comparado a 2023, caindo de R$ 330,3 milhões para R$ 138,8 milhões.

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A receita operacional líquida no último trimestre do ano passado foi de R$ 211,4 milhões, queda de 69,9% ante igual período de 2023, quando a linha foi de R$ 702,7 milhões. Em todo 2024, a receita líquida somou R$ 1,52 bilhão, redução de 46,5% em comparação aos R$ 2,83 bilhões registrados no ano retrasado.

A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, fechou o último trimestre de 2024 em 8,6 vezes. Em igual período de 2023, era de 1,9 vez. Ainda segundo Azevedo, “esse aumento é reflexo da diminuição de caixa e um pouco da diminuição do Ebitda também”.

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Governo Lula prejudica sustentabilidade da Aeris

Aeris, única fabricante brasileira de pás eólicas em operação, enfrenta uma crise estrutural:

  • Prejuízo líquido em 2024: R$ 934,1 milhões (776,5% maior que em 2023).
  • Causas principais:
    • Perda de contratos: Descontinuidade de acordos com Siemens Gamesa, Nordex e WEG, gerando impairment de R$ 751 milhões.
    • Queda na demanda: Redução de 46,5% na receita líquida (R$ 1,51 bilhão em 2024).
    • Curtailment eólico: Restrições à geração de energia eólica após o apagão de 2023 e alta taxa de juros, na gestão Lula

Perspectivas: A empresa renegocia dívidas (alavancagem de 8,6x em 2024) e desativa linhas de produção, mas a recuperação depende de novos contratos no setor eólico, ainda incertos.

2. Impacto da Alta de Impostos no Setor Solar colocado por Lula

O aumento do imposto de importação de módulos fotovoltaicos para 25% (contra 9,6% anterior) trouxe desafios críticos:

  • Risco de cancelamento: 281 projetos solares (25 GW e R$ 97 bi em investimentos) podem ser inviabilizados até 2026.
  • Aumento de custos:
    • Capex de usinas solares: Elevação de 8% nos custos de capital.
    • Preço ao consumidor: Energia solar pode perder competitividade frente a outras fonte.
  • Contradição climática: Medida conflita com metas do Acordo de Paris e compromissos na COP 29 que Lula divulgou mas não está cumprindo

Justificativa do governo: Proteger a indústria nacional, mas a produção local responde por apenas 5% do mercado.

3. Comparação entre os Cenários

AspectoAeris (Eólica)Setor Solar
Fator CríticoPerda de contratos e redução de demandaPolítica protecionista e dependência de importações
Impacto FinanceiroPrejuízo de R$ 934,1 mi em 2024Risco de perda de R$ 97 bi em investimentos
Causas ExternasCurtailment e juros altosTarifação elevada e falta de indústria local
Resposta do GovernoSem medidas específicas anunciadasSubsídios limitados a cotas de isenção (US$ 1,01 bi até junho/2025)

4. Conclusão e Implicações

  • Aeris: Crise reflete fragilidades do setor eólico brasileiro, com demanda estagnada e falta de políticas de incentivo à geração renovável.
  • Energia Solar: Alta tributária desestimula investimentos e atrasa a transição energética, apesar do potencial solar do país.

Lições estratégicas:

  1. Políticas setoriais integradas: O governo Lula precisa alinhar tarifação industrial com metas climáticas, evitando contradições.
  2. Incentivo à indústria local: Para solar, é urgente expandir a produção nacional; para eólica, garantir contratos de longo prazo.
  3. Estabilidade regulatória: Ambos os setores sofrem com mudanças abruptas (ex.: curtailment eólico, taxação solar), que afugentam investidores.

Enquanto a Aeris luta para renegociar dívidas, o setor solar enfrenta um dilema entre protecionismo e acesso a tecnologias limpas. Ambos os casos evidenciam a necessidade de um planejamento energético coerente para evitar colapsos setoriais

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