O presidente do Correios, Fabiano Silva dos Santos, entregou sua carta de demissão ao Palácio do Planalto nesta sexta-feira (4). Embora seu mandato estivesse previsto até 6 de agosto, sem apoio no Congresso, e sob intenso processo de fritura, ele antecipou a saída. A expectativa é que Santos se reúna com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima quarta-feira, após o retorno de Lula a Brasília, para formalizar sua despedida.
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Segundo aliados, Santos justificou a decisão com motivos de saúde, mas a saída ocorre em meio a pressões internas do governo para que ele adotasse medidas drásticas de reestruturação nos Correios para estancar os sucessivos resultados negativos da estatal. A Casa Civil de Lula, vinha cobrando cortes significativos, incluindo o fechamento de agências, como forma de lidar com o grave déficit da estatal, que registrou um prejuízo de R$ 1,7 bilhão apenas no primeiro trimestre deste ano. O resultado negativo acendeu um alerta dentro do governo, que teme a necessidade de injeção de recursos da União para manter a operação da empresa.
Internamente, a antecipação da saída de Fabiano também é vista como uma forma de reduzir tensões políticas. Havia insatisfação de setores do governo e interferência de partidos aliados sobre a condução da estatal. O agora ex-presidente dos Correios vinha resistindo a algumas das mudanças propostas, o que gerou desconforto entre membros da articulação política do Planalto.
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Com a demissão, o governo Lula deve anunciar nos próximos dias o nome do novo presidente da empresa, que herdará o desafio de reestruturar os Correios em meio a uma grave crise financeira e sob pressão por cortes e modernização. A gestão futura terá de equilibrar a necessidade de austeridade com a garantia da prestação de um serviço público essencial à população. O nome deve ser indicado pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP) que negocia com Lula.
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Situação Financeira e Econômica Atual dos Correios (2025)
Prejuízos e Desempenho Recente
- Prejuízo recorde: No primeiro trimestre de 2025, os Correios registraram um prejuízo de R$ 1,7 bilhão, mais que o dobro do resultado negativo do mesmo período de 2024, quando o déficit foi de R$ 801 milhões. Esse é o pior início de ano desde 2017 e marca o 11º trimestre consecutivo de prejuízo para a estatal.
- Receita em queda: A receita líquida com vendas e serviços caiu 12% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, totalizando R$ 3,95 bilhões. O segmento de postagem internacional foi um dos mais afetados, com retração de 58%.
- Aumento de custos: O custo com serviços prestados subiu 3,1%, alcançando R$ 4 bilhões. A folha de pagamento, principal despesa, aumentou 8,6% devido a reajustes salariais e gratificações, chegando a R$ 2,7 bilhões.
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Fatores que Agravaram a Crise
- Impacto da “taxa das blusinhas”: O novo imposto definido por Lula para as compras internacionais, que aumentou a tributação sobre itens importados de baixo valor, reduziu drasticamente as receitas dos Correios no segmento internacional, agravando o rombo financeiro.
- Concorrência e modernização: O setor postal enfrenta forte concorrência de empresas privadas e plataformas digitais, exigindo inovação e diversificação de serviços para manter a relevância e a sustentabilidade financeira.
- Gestão e passivos: A estatal atribui parte do resultado negativo a decisões de gestões anteriores, que teriam gerado passivos judiciais e estruturais, além de citar investimentos recentes em modernização e renovação de frota.
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Os Correios atravessam uma das piores crises financeiras de sua história, com prejuízos bilionários, queda de receitas e aumento de custos. A empresa aposta em cortes de gastos, inovação e diversificação de serviços para tentar reverter o quadro, mas enfrenta forte concorrência e desafios estruturais para garantir sua sustentabilidade no longo prazo.
Como o governo Bolsonaro entregou os Correios para a gestão Lula?
Entre 2019 e 2022, os Correios apresentaram resultados financeiros que refletem um ciclo de lucros seguido por uma reversão para prejuízos, demonstrando desafios crescentes para a estatal.
Em 2019, a empresa registrou lucro líquido de aproximadamente R$ 102 milhões, mantendo a sequência de resultados positivos observada desde 2017, quando os Correios retomaram a lucratividade após anos de perdas. Em 2020 e 2021, os lucros foram expressivos, chegando a cerca de R$ 1,53 bilhão e R$ 2,3 bilhões, respectivamente, impulsionados principalmente pelo crescimento do comércio eletrônico e pela adaptação dos serviços durante a pandemia.
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No entanto, em 2022, os Correios enfrentaram uma reversão desse cenário, registrando um prejuízo de aproximadamente R$ 767 milhões a R$ 809 milhões, conforme diferentes fontes oficiais. Esse resultado negativo interrompeu o ciclo de lucros e refletiu o impacto de fatores como a queda nas receitas de encomendas, aumento dos custos operacionais, além de efeitos decorrentes de mudanças regulatórias e desafios estruturais.
Apesar do prejuízo em 2022, a empresa destacou avanços em indicadores de satisfação e eficiência, com crescimento da receita no segmento internacional em torno de 30%, impulsionada pelo e-commerce e melhorias no atendimento. A receita total naquele ano foi da ordem de R$ 22 bilhões, mas não foi suficiente para compensar a redução em outros segmentos.
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Somando os resultados financeiros dos Correios entre 2019 e 2022, temos o seguinte panorama:
- 2019: lucro líquido de aproximadamente R$ 102 milhões
- 2020: lucro líquido de cerca de R$ 1,53 bilhão
- 2021: lucro líquido em torno de R$ 2,3 bilhões
- 2022: apesar de algumas fontes indicarem lucro de cerca de R$ 305 milhões, o resultado oficial e mais consistente aponta para um prejuízo de aproximadamente R$ 767 a 809 milhões no ano, conforme relatório da empresa e análises independentes.
Considerando esses dados, o resultado acumulado do período 2019-2022 na gestão do ex-presidente Bolsonaro fica próximo :
R$102 milhões+R$1,53 bilhão+R$2,3 bilhões−R$0,8 bilhão R$3,13 bilhões de lucro lıíquido acumulado
Ou seja, mesmo com o prejuízo registrado em 2022, os Correios tiveram um resultado financeiro positivo acumulado de aproximadamente R$ 3,1 bilhões no período de quatro anos.
Esse cenário reflete um ciclo de forte lucratividade nos anos de 2019 a 2021, impulsionado principalmente pelo crescimento do comércio eletrônico e melhorias operacionais, seguido por um ano de reversão em 2022, quando a empresa enfrentou desafios como queda nas receitas de encomendas, aumento de custos e mudanças regulatórias que impactaram negativamente o resultado final.