As sanções dos Estados Unidos a ex-gestores escolhidos por Dilma ligados ao programa expõem a exploração dos médicos da ilha caribenha e reforçam o verdadeiro objetivo político da iniciativa.
A decisão do governo americano ocorreu no mesmo pacote que atingiu cidadãos cubanos e de outros países que participaram de missões médicas organizadas pela ditadura castrista.
Entre os alvos estão Mozart Júlio Tabosa Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde no Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, que até dezembro de 2024 coordenou a atuação do governo Lula na COP30.
Na gestão de Dilma Rousseff, Sales chefiou o gabinete da pasta e comandou a Secretaria Nacional de Gestão do Trabalho e Educação na saúde. Kleiman, por sua vez, dirigiu o Departamento de Relações Internacionais do ministério.
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O secretário de Estado norte-americano, Marco Rúbio, classificou o Mais Médicos como um “golpe diplomático inconcebível de ‘missões médicas’ estrangeiras”.
O programa tem se mostrado inadequado por vários especialistas, razão pela qual o ex-presidente Jair Bolsonaro, optou acabar com o programa, que Lula logo retomou ao voltar ao poder. As críticas são muitas inclusive sobre sua forma de financiamento e origem dos recursos, além da contratação de médicos estrangeiros, muitas vezes desqualificados.

A Organização Pan _Americana de saúde intermediava os contratos, ficava com uma taxa e enviava a maior parte do valor para Havana. O regime comunista da ilha liberava de 10% a 30% ao médico e destinava o restante aos cofres da ditadura.
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STF validou o Mais Médicos contrariando Lei Trabalhista
Em 2017, o Supremo Tribunal Federal considerou legal o arranjo e acatou a tese de que o repasse era uma bolsa, e não salário. A decisão contrariou a legislação trabalhista brasileira.
Conforme afirmou a Gazeta do Povo em editorial em 14/08, médicos que desertaram expuseram a engrenagem ao denunciar a exploração. Eles também relataram a vigilância constantes de agentes do governo cubano. Em 2015, a TV Bandeirantes revelou áudios que mostraram que trazer profissionais de outros países servia para mascarar o caráter exclusivo do acordo Brasil-Cuba.
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Três anos depois, telegramas obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo comprovaram que a proposta partiu de Havana. Documentos mostram que, em 2012, representantes da ditadura comunista mapearam regiões carentes para instalar o programa. Além disso, criaram uma empresa estatal para comercializar serviços médicos no Brasil.
O regime cubano encerrou sua participação no Mais Médicos em 2018, logo após Bolsonaro afirmar que permitiria a permanência dos profissionais no país apenas mediante aprovação no Revalida, exame obrigatório para médicos formados no exterior.
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Além do debate político, o programa suscita posicionamentos divergentes na mídia e entre entidades médicas. Médicos brasileiros e conselhos de classe manifestaram resistência, enquanto o governo Lula defende a política pública como essencial para ampliar o acesso à saúde. Mas manda maior parte do salário dos médico para o governo Cubano, deixando os médicos quase sem dinheiro no Brasil.
A crítica da Gazeta reflete um movimento que encara o programa como parte de um projeto de financiamento e controle influenciado por regimes externos, especialmente comunistas. Com impactos significativos na saúde pública e na política brasileira.