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O PL 528/2020 aprovado pela Congresso em 2024 observa que as alterações serão implantadas depois de aprovada sua “viabilidade técnica”.

Sob responsabilidade de um Grupo de Trabalho do Conselho Nacional de Politica Energética (CNPE) do Ministério de Minas e Energia, que jamais negou qualquer elevação do teor de biocombustível, seja do etanol na gasolina, seja o biodiesel no diesel. A decisão não é técnica, mas política.

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Quando elevou a mistura de etanol para 27%, o governo teve o bom senso de manter em 25% o teor da gasolina do tipo Premium, que abastece preferencialmente os automóveis importados. O problema agora é mais grave, ainda que o governo adote mesma política: dono de carro novo importado tem condições de pagar pela gasolina premium, bem mais cara que a normal. Mas, e quem não é abonado e tem um velho carro à gasolina?

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O motorista brasileiro sempre sofreu com um combustível fora de todos os padrões internacionais. E nada indica uma mudança a médio ou longo prazo.

O “Combustível do Futuro”, já aprovado pelo Congresso, determina alterações na nossa matriz energética em defesa da “energia limpa e renovável”. Sob esta bandeira, aparentemente indiscutível, o Brasil vai queimar mais combustível verde, menos do fóssil. Na linha global da descarbonização do planeta e bom para o agronegócio, mas punindo os motoristas. Nas bombas, mais etanol na gasolina e mais biodiesel no diesel.

No caso do etanol, qual o problema de a mistura com a gasolina subir o percentual dos atuais 27% para 35%?

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No flex, o problema é só no bolso

Num carro flex, o motor vai continuar funcionando normalmente, pois foi projetado para receber qualquer proporção dos dois combustíveis: 100% gasolina ou 100% álcool. Ou a mistura dos dois em qualquer percentual: 50/50, 20/80 ou outra qualquer.

O carro tem um sensor que percebe qual combustível está vindo do tanque. No escapamento ou na linha de alimentação do motor. Esta informação é repassada à central eletrônica que o ajusta automaticamente.

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Entretanto, o motor pode não protestar, mas seu bolso, sim. O etanol tem valor energético cerca de 33% inferior ao da gasolina. Então, o motor vai precisar de mais combustível para rodar a mesma quilometragem. Em outras palavras, aumenta o consumo.

Por isso é que só vale a pena abastecer o carro flex com etanol se ele custar cerca de 25 a 30% menos que a gasolina. O que se paga a menos pelo etanol compensa a menor quilometragem que se roda por litro.

Governo Lula determinou mudança da mistura mais não cuidou de determinar baixar o preço já que é mais barato o etanol

Então, se a gasolina com 35% de etanol tem menor valor energético, ela necessariamente deveria custar menos por litro. Entretanto, das últimas vezes em que se aumentou este percentual, o governo se “esqueceu” de determinar uma redução no preço da gasolina para compensar o aumento de consumo. O resultado é que o motorista, no fim do mês, será novamente punido com uma conta maior no posto embora tenha rodado a mesma quilometragem.

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Mas, e os carros que só podem ser abastecidos com gasolina?

Ainda existem milhões de carros nacionais sem o sistema flex, lançado em 2003. E os importados. Aí, o buraco é mais embaixo pois, além do prejuízo monetário de se pagar por gasolina e levar mais de 1/3 de álcool, alguns motores podem “protestar”. Pois não foram projetados e incapazes de se ajustar como o flex. Alguns deles até poderiam apresentar um funcionamento satisfatório. Outros correm risco de perder desempenho e funcionar irregularmente.

Quando o governo decidiu aumentar o teor de etanol para 27%, o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cepes) realizou testes com mistura de até 30%, sem problemas nos motores importados. Mas não realizaram, na época, testes com 35% de etanol.

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