Contas associadas ao Partido dos Trabalhadores (PT) intensificaram, em junho e julho de 2025, o uso de inteligência artificial (IA) para produzir e disseminar vídeos críticos ao Congresso Nacional e ao presidente da Câmara, Hugo Motta. A mobilização digital ganhou força após a derrubada, pelo Congresso, do decreto que previa o aumento do IOF, medida defendida pelo governo federal para ampliar a arrecadação diante do cenário fiscal.
Estratégia digital e engajamento
- Os conteúdos impulsionados por IA classificam o Congresso como “inimigo do povo” e satirizam Hugo Motta, utilizando slogans e imagens que reforçam a narrativa de oposição ao Legislativo.
- Segundo relatório da consultoria Bites, o engajamento atingiu picos de até 1,7 milhão de interações em um único dia, com mais de 1 milhão de publicações e 6 milhões de interações desde o início da campanha.
- Influenciadores próximos ao governo, como Pedro Ronchi, além de veículos como Mídia Ninja e figuras públicas como Guilherme Boulos e Joanna Maranhão, amplificaram a campanha nas redes sociais.
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Mobilização e discurso
- O PT convocou cerca de 300 influenciadores para uma reunião virtual, orientando a produção de conteúdos próprios e a intensificação da mobilização digital.
- O discurso central defende a taxação dos super-ricos e critica a decisão do Congresso de barrar o aumento do IOF, apresentando o Legislativo como responsável por dificultar medidas de justiça fiscal.
- A página Mídia Ninja, alinhada à esquerda, aderiu ao lema “Congresso inimigo do povo” e convocou manifestações para o dia 10 de julho em defesa do governo e contra o Congresso.
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Reação e contexto político
- O presidente Lula criticou publicamente a decisão de Hugo Motta de pautar a revogação do decreto do IOF, classificando-a como “absurda”.
- Jilmar Tatto, secretário nacional de comunicação do PT, negou que haja orientação para ataques ao Congresso, afirmando que o foco é a elite econômica, mas reconheceu a importância da mobilização digital para fortalecer a base social do partido.
- A estratégia foi descrita como uma “guerra de guerrilha” digital, com incentivo à produção espontânea de conteúdos por parte dos apoiadores.