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A facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) usou uma extensa rede de aproximadamente 60 motéis para lavar dinheiro do crime organizado entre os anos de 2020 e 2024. A operação Spare, conduzida conjuntamente pela Receita Federal, Ministério Público de São Paulo (MPSP) e Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, revelou que esses motéis, em sua maioria registrados em nome de “laranjas”, movimentaram cerca de R$ 450 milhões no período.

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O esquema envolvia a gestão não apenas dos motéis, mas também de restaurantes localizados dentro destes estabelecimentos, que também integravam o processo de lavagem de dinheiro. Um destes restaurantes, por exemplo, registrou uma receita de R$ 6,8 milhões entre 2022 e 2023, distribuindo R$ 1,7 milhão em lucros. Em um dos motéis analisados, a distribuição chegou a 64% da receita bruta declarada, indicando uma movimentação financeira superior ao que seria esperado apenas pelos serviços prestados.

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Além disso, a investigação identificou operações imobiliárias atípicas envolvendo os CNPJs dos motéis, com imóveis sendo comprados por valores elevados, como R$ 1,8 milhão e R$ 5 milhões em diferentes negócios. Essa movimentação financeira desenfreada e incompatível com a receita declarada levantou suspeitas das autoridades.

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O dinheiro obtido via este esquema permitiu a aquisição de bens de luxo, como um iate de 23 metros, um helicóptero Augusta A109E e uma Lamborghini Urus, todos ligados a empresas de fachada usadas para diluir a origem ilícita dos recursos. A Receita Federal estima que esses bens representem apenas 10% do patrimônio real dos envolvidos, destacando a grandiosidade do patrimônio oculto.

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A operação Spare é um desdobramento da Operação Carbono Oculto e mostra a sofisticação atual do crime organizado, que insere recursos ilegais de forma disfarçada em empresas formais e setores diversos da economia, especialmente motéis, franquias, postos de combustíveis e o setor imobiliário, com o objetivo de lavar dinheiro e expandir seu poder econômico.

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Por fim, a operação evidenciou que a distribuição de lucros e dividendos aos sócios da organização criminosa via esses negócios chegou a R$ 45 milhões, contribuindo para o aumento do patrimônio do grupo criminoso e confirmando o uso dos motéis como uma frente eficiente para o branqueamento de capitais ilícitos.

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