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Resultado do Banco do Brasil desaponta sob gestão do governo Lula

Programa de desligamento é parte da reestruturação do Banco do Brasil
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Encerrando a temporada do terceiro trimestre de 2024 (3T24) dos bancões, o Banco do Brasil (BBAS3) divulgou números pouco animadores para o período, ainda que o lucro ajustado tenha ficado em linha com as projeções, por volta de R$ 9,5 bilhões.

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Para a XP, o BB registrou resultados negativos no 3T, impactados principalmente por um aumento significativo na provisão para perdas com empréstimos (+29,2% trimestre a trimestre e +34,2% na base anual), em grande parte devido ao segmento de agronegócios.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) segue forte, ainda que em leve queda, uma vez que passou para 21,1%, de 21,3% no terceiro trimestre de 2023 e 21,6% no trimestre imediatamente anterior.

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Além disso, após o fraco desempenho da inadimplência, o BB teve que revisar seu guidance para o de provisões pelo segundo trimestre consecutivo.

O BB agora estima que as provisões para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) fiquem entre R$ 34 bilhões e R$ 37 bilhões no ano, versus projeção anterior entre R$ 31 bilhões e R$ 34 bilhões. No terceiro trimestre, essa linha somou R$ 10 bilhões, acumulando em nove meses R$ 26,4 bilhões.

“Embora um desempenho negativo no segmento agrícola tenha sido amplamente antecipado pelos investidores, não descartamos um possível impacto negativo em suas ações em decorrência desse resultado trimestral”, avaliam os analistas da XP.

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O Bradesco BBI acredita que o Banco do Brasil apresentou tendências desafiadoras e de números de pior qualidade, apesar de um lucro líquido amplamente em linha, onde também destaca uma deterioração significativa na qualidade dos ativos do agronegócio, o que pressionou as despesas de provisão, enquanto o benefício de uma taxa de imposto efetiva menor em cerca de 5% (versus 2T24 e esperado pelo BBI de cerca de 20%) apoiou o lucro líquido em linha.

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“Notavelmente, o portfólio renegociado do banco aumentou no trimestre, enquanto ocorreu uma ligeira redução no índice de cobertura [que representa a proporção que a provisão para risco de crédito é capaz de cobrir os créditos inadimplentes].

Do lado positivo, notamos as melhores despesas operacionais, o que também levou à revisão da orientação, enquanto o portfólio do Banco do Brasil continua crescendo perto da faixa superior do guidance em 11% na base anual (versus a orientação de 8-12%)”, avalia o BBI.

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O Itaú BBA também aponta resultados mais fracos do que o esperado. “Enquanto as receitas praticamente corresponderam às estimativas, aumentando 2% no trimestre, as despesas com provisões aumentaram 20% principalmente em Agro, levando a uma perda de 16% no lucro antes dos impostos. Uma menor taxa de imposto de renda amorteceu essa tendência para uma perda de 2% no lucro.

Os índices de inadimplência aumentaram 30 pontos-base (bps), a cobertura caiu e a empresa revisou a orientação para provisões, implicando um ritmo semelhante no 4T, mantendo as outras linhas (incluindo a faixa de lucro líquido)”, avalia a equipe do banco.

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Assim, o 3T do BB fecha a temporada de lucros com uma tendência divergente no custo do risco em relação a outros participantes e desempenho semelhante da margem financeira (NII), aponta o banco, que ressalta que os níveis gerais de retorno ainda estão bons, mas o passo de lucros mais “suaves” deve pesar nos múltiplos e revisões de lucros.

O JPMorgan também avalia que, embora as expectativas do mercado fossem baixas, já que dados regulatórios e fluxo de notícias indicaram uma piora na qualidade dos ativos para o agronegócio, ainda vê esse conjunto de resultados como mais fraco do que o esperado e tem uma primeira opinião negativa.

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Para o Goldman Sachs, embora as condições agro fossem um tanto esperadas, a magnitude das provisões foi uma surpresa. O Goldman Sachs segue com recomendação de compra, equivalente à recomendação do JPMorgan (overweight, ou exposição acima da média do mercado) e da XP. “Reafirmamos nossa visão de que o BB ainda está negociando a múltiplos com desconto e mantemos nossa recomendação de compra para BBAS3“, avalia a XP.

Já o Itaú BBA reitera recomendação marketperform (desempenho em linha com a média do mercado), enquanto o Bradesco BBI tem recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 32.

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