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Mais uma vítima das altas expectativas do mercado, as ações da Minerva (BEEF3), que acumulam alta de cerca de 70% no ano, desabam na sessão desta quinta-feira (6), mesmo após o frigorífico reportar resultados acima do consenso de analistas. Às 12h12 (horário de Brasília), os papéis caíam 11,20%, cotados a R$ 6,60.

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Na avaliação da XP Investimentos, a Minerva reportou um trimestre para “pendurar na parede”, com um fluxo de caixa (FCF) de R$ 2,5 bilhões, bem acima das suas expectativas e das do mercado, apesar de CAPEX e despesas financeiras maiores do que o esperado devido a efeitos de hedge.

Segundo a corretora, o resultado foi impulsionado principalmente por uma maior liberação de estoque e fornecedores, além da maior liberação de capital de giro, atribuída a avanços relacionados às operações de carne bovina e trading de energia.

O Bradesco BBI acredita que as expectativas para os resultados do 3T25 da Minerva eram altas, mas ainda assim considera o desempenho geral sólido. “O trimestre refletiu as tendências positivas no mercado de carne bovina da América Latina, particularmente a disponibilidade favorável de gado no Brasil, que sustentou volumes robustos e deve continuar no 4T25, conforme indicado pelos dados de exportação de outubro”, comenta.

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Conforme o BBI, a monetização de estoques, sem dúvida o principal ponto de discussão deste ano, e a consequente geração de caixa foram claramente pontos positivos. “Dito isso, ainda não temos visibilidade sobre a recorrência da geração de caixa incremental no futuro, que é o principal motivo pelo qual nossa recomendação Neutra permanece inalterada”, explicam analistas.

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A Minerva apresentou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,4 bilhão no 3T25, resultado em linha com as estimativas do Itaú BBA e ligeiramente abaixo do consenso de mercado. Segundo o banco, o desempenho foi impactado pela pressão dos custos do gado em grande parte dos países da América do Sul, levando a uma margem Ebitda mais fraca que o esperado e reacendendo o debate sobre a tendência das margens recorrentes.

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Apesar da leve decepção, BBA comenta que o destaque do trimestre foi o forte fluxo de caixa livre (FCFE), de R$ 2,5 bilhões, impulsionado pela antecipação da venda de parte dos estoques de carne bovina nos Estados Unidos, transação que o banco previa apenas para o 4º trimestre, e pelo desempenho positivo na conta de fornecedores. Para o Itaú BBA, o resultado reduz a percepção de risco sobre a geração de caixa da companhia em 2025.

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“Acreditamos que a notícia de hoje reforça a confiança na geração de caixa da Minerva neste ano”, afirma o relatório.

Por outro lado, o Itaú BBA aponta duas incertezas para a Minerva: a sustentação da margem bruta, influenciada pelo mix favorável de vendas nos EUA, e o nível de estoques ainda a ser vendido. Mesmo assim, o banco considera o múltiplo de 4,0 vezes EV/Ebitda (valor da firma/Ebitda) para 2026 ainda atrativo. Dessa forma, manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 9.

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O BTG Pactual também destacou a forte geração de caixa, resultado da liberação de capital de giro no mesmo montante, o que levou a um yield trimestral de 33%. O Ebitda de R$ 1,4 bilhão, sustentado por volumes e preços acima do esperado, veio em linha com as estimativas. O lucro líquido, de R$ 118 milhões, foi impactado por maiores despesas financeiras associadas a operações de hedge. A redução de estoques em R$ 1,6 bilhão e o aumento nos adiantamentos de clientes e financiamentos de fornecedores reforçaram o desempenho operacional no trimestre.

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O banco avalia que a dívida líquida caiu para R$ 12,2 bilhões (2,7 vezes a Dívida Líquida/Ebitda), abrindo espaço para dividendos com alavancagem próxima a 2,5 vezes. “A sustentabilidade dessa geração de caixa é questionada, pois o financiamento via clientes e fornecedores pode se reverter; as estimativas serão atualizadas, mantendo recomendação neutra”, aponta o BTG.

Para o quarto trimestre, a XP vê espaço para um forte rendimento de fluxo de caixa (FCF yield), sustentado por demanda doméstica e externa resiliente, estoques remanescentes de carne nos EUA e preços do gado abaixo do esperado, abrindo margem para pagamento robusto de dividendos.

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