O calendário econômico da semana no Brasil destaca a divulgação do IPCA-15 de novembro, dados fiscais e de crédito do Banco Central, além de indicadores do mercado de trabalho como o Caged de outubro e a taxa de desemprego trimestral. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, também participa de evento relevante para investidores.
Economia brasileira em foco: inflação, mercado de trabalho e cenário fiscal
Nesta semana, os olhos do mercado financeiro se voltam para uma série de indicadores que podem redefinir expectativas sobre a economia brasileira. O Banco Central divulgará estatísticas de outubro referentes ao setor externo, crédito e contas fiscais, enquanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentará o IPCA-15 de novembro, considerado a prévia oficial da inflação
O IPCA-15 é calculado com metodologia semelhante ao IPCA, mas com período de coleta diferente. Em outubro, o índice registrou 4,94% em 12 meses, abaixo da projeção de 5,02% e da leitura anterior de 5,32%. A divulgação de novembro será acompanhada de perto, já que pode influenciar diretamente as decisões de política monetária do Banco Central e as expectativas sobre a taxa Selic.
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Além da inflação, o mercado aguarda os números do IGP-M de novembro, tradicionalmente usado em contratos de aluguel e reajustes, e os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de outubro, que mostrarão o saldo de empregos formais. A taxa de desemprego trimestral também será divulgada, oferecendo uma visão mais ampla sobre a dinâmica do mercado de trabalho.
Participação de Gabriel Galípolo
Outro ponto de atenção será a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em evento transmitido pela Itaú Asset Management. Suas declarações podem trazer pistas sobre a condução da política monetária e a visão da autoridade monetária sobre o cenário fiscal e inflacionário.
Impactos esperados
- Inflação (IPCA-15 e IGP-M): fundamentais para calibrar expectativas sobre juros e consumo.
- Dados fiscais e de crédito: revelam a sustentabilidade das contas públicas e o ritmo de concessão de crédito.
- Mercado de trabalho (Caged e desemprego): indicam a força da recuperação econômica e o impacto sobre renda das famílias.
- Declarações de Galípolo: podem influenciar diretamente o humor dos investidores e o câmbio.
Entre os dias 24 e 28 de novembro de 2025, várias empresas no Brasil e nos Estados Unidos divulgarão seus balanços trimestrais.
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Balanços a serem divulgados na semana
A temporada de balanços do terceiro trimestre se estende até o fim de novembro. Entre os dias 24 e 28 de novembro, estão previstas divulgações de companhias de diferentes setores:
- 24/11 (segunda-feira): Usiminas (USIM5)
- 25/11 (terça-feira): empresas do setor de energia e saneamento (Neoenergia, Coelba, Cosern)
- 26/11 (quarta-feira): Intelbras (INTB3), Hypera (HYPE3)
- 27/11 (quinta-feira): Kepler Weber (KEPL3), Banco Santander Brasil (SANB11)
- 28/11 (sexta-feira): companhias menores de logística e tecnologia
Esses balanços são parte da reta final da temporada de resultados do 3º trimestre, que começou em outubro e se encerra no fim de novembro.
Empresas nos Estados Unidos
De acordo com o calendário de resultados entre 24 e 28 de novembro de 2025 teremos balanços importantes:
Resposta direta: Entre os dias 24 e 28 de novembro de 2025, os balanços confirmados incluem Usiminas e Santander Brasil no mercado brasileiro, e nos Estados Unidos nomes como Zoom, Dell, HP, Workday, Nio, Autodesk, Deere & Co. e China Telecom
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Balanços confirmados (24 a 28 de novembro de 2025)
| Data | Brasil | EUA |
|---|---|---|
| 24/11 (segunda) | Usiminas (USIM5) | Zoom Video (ZM), Symbotic (SYM), Fluence Energy (FLNC), Keysight Technologies (KEYS) |
| 25/11 (terça) | Neoenergia, Coelba, Cosern | Dell (DELL), Zscaler (ZS), Nio (NIO), HP (HPQ), Workday (WDAY), Autodesk (ADSK), Abercrombie & Fitch (ANF), Dick’s Sporting Goods (DKS), NetApp (NTAP), Smucker’s (SJM) |
| 26/11 (quarta) | Intelbras (INTB3), Hypera (HYPE3) | Deere & Co. (DE), Li Auto (LI), Gogol (GOGL) |
| 27/11 (quinta) | Kepler Weber (KEPL3), Banco Santander Brasil (SANB11) | — |
| 28/11 (sexta) | — | China Telecom (CHA) |
Destaques da semana
Brasil: Usiminas e Santander Brasil são os mais relevantes, refletindo o desempenho da indústria e do setor financeiro.
- EUA: Dell, HP e Workday dão sinais sobre tecnologia corporativa; Zoom e Nio mostram tendências em comunicação digital e veículos elétricos; Deere & Co. é importante para o setor agrícola.
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Por que acompanhar?
Brasil: Usiminas e Santander são destaques, pois refletem o desempenho da indústria e do setor financeiro.
- EUA: Dell, HP e Workday dão sinais sobre tecnologia e consumo corporativo; Zoom e Nio mostram tendências em comunicação digital e veículos elétricos.
Crises financeiras, instabilidade política e pressões externas: o Brasil em um cenário de tensão múltipla
O Brasil vive um momento em que diferentes crises se entrelaçam e ampliam a percepção de instabilidade institucional e econômica.
De um lado, o escândalo envolvendo o Banco Master ganhou novos contornos após a prisão de seu controlador, Daniel Vorcaro, pela Polícia Federal. O banco, que já havia patrocinado eventos com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e contratado o escritório da advogada Viviane Barci de Moraes — esposa do ministro Alexandre de Moraes —, tornou-se alvo de questionamentos sobre a proximidade entre instituições financeiras e autoridades públicas. As investigações apontam para irregularidades em operações de crédito e fundos de pensão, reforçando suspeitas de trânsito político e jurídico da instituição.
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No campo político, a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo STF, marca um dos episódios mais tensos da história recente. A medida intensifica a polarização nacional e coloca em evidência o papel do Judiciário como protagonista da cena política. Para críticos, trata-se de perseguição; para apoiadores da decisão, uma ação necessária para preservar a ordem pública.
Enquanto isso, no cenário internacional, o Brasil enfrenta tarifas impostas pelos Estados Unidos referente ao caso de Moraes de 40% sobre produtos como vestuário, móveis e peixes. A medida ameaça setores exportadores e pode reduzir a competitividade da indústria nacional, ampliando os desafios econômicos em um momento já marcado por turbulência política e desconfiança institucional. O governo Lula até o momento não tem tomado medidas efetivas para resolver esta situação.
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Especialistas avaliam que a combinação de escândalos financeiros, crise política e barreiras comerciais externas cria um ambiente de incerteza que afeta investimentos, empregos e a própria imagem do Brasil no cenário internacional. A interligação desses fatores evidencia como política, economia e relações internacionais se cruzam em um momento delicado para o país.



