Seus filhos precisam aprender sobre dinheiro

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Seus filhos precisam aprender sobre dinheiro. Dinheiro é coisa só de adulto, certo? Não deveria. Ele faz parte da vida de todo mundo, o que inclui as crianças.

Já é comprovada a importância de aprender desde cedo como funciona a vida e a importância e função do dinheiro nela. Então se não existe hora certa para começar. Por que não aproveitar esta oportunidade para começar a lição em casa sobre finanças? Isso pode começar com uma simples conversa onde os pais mostram aos filhos qual esforço foi empreendido para qualquer item ou brinquedo ser adquirido.

Desta forma, os pais precisam ter a atitude, desde cedo, de inserir de forma lúdica, didática, paciente e tranquila a criança no mundo financeiro. Este comportamento é para o bem dela.

Mas, para isso acontecer, é preciso superar alguns comportamentos. Pesquisa recente do Instituto Mindminers, encomendada pelo Banco BV, aponta que 61% dos entrevistados associam as questões financeiras a sentimentos negativos, como tristeza.

“Os pais falam sobre [dinheiro] quando surge alguma adversidade, como uma dívida, e as crianças vão observando esses comportamentos”, afirma Patricia Palomo, economista e planejadora financeira CFP.

Não é possível esconder um desarranjo no orçamento doméstico, até porque é esta a situação enfrentada por 80% das famílias brasileiras hoje. O momento de “vacas magras” pode ser valioso para ensinar à criança lições contundentes sobre finanças, como cortes de gastos, decisão de compra e o que é essencial para se manter um lar.

E quando as finanças voltarem ao equilíbrio, a dica é apresentar aos pequenos o conceito de “dinheiro como ferramenta de troca”, oportunidade para eles entenderem que a moeda pode estar associada a algo mais positivo.

A educadora Cintia Senna cita, como exemplo, uma viagem em família. “Ela é prazeirosa, mas, para acontecer, é necessário ter dinheiro e muito planejamento. A criança pode ter noção disso se os pais souberem falar na linguagem dela”, afirma.

“E o processo deve ser algo corriqueiro. Assim, a criança não entende o momento como ‘vamos estudar sobre educação financeira’, o que pode afastá-la do tema”, acrescenta Palomo.

Definição de limites
É preciso explicar que dinheiro “não nasce em árvore”, apontam as especialistas em planejamento financeiro.

“Muitos pais, hoje, tentam compensar a ausência em casa com recurso financeiro e dão muitos presentes, bens e itens que representam dinheiro aos filhos. E a impressão que os pequenos vão tendo é que sempre será possível ganhar o que quiser, sem limitações. E isso é prejudicial”, afirma Palomo.

A noção de tempo é outro ingrediente fundamental: esperar mais, em alguns casos, pode significar uma recompensa financeira maior do que o retorno imediato. A troca intertemporal pode ser trabalhada em todas as idades.

Uma forma de explicar o conceito é plantando uma semente, como a de feijão, ensina Palomo. “Ela [semente] ajuda a materializar a espera. Ao longo do processo, tire fotos e veja a plantinha crescer. A ideia é estimular a passagem do tempo e os frutos disso”.

Vale ressaltar que a escola tem papel fundamental na educação financeira das crianças, lembram as especialistas.

A partir de quanto começar e o que fazer?

É consenso entre as especialistas consultadas de que noções de finanças podem ser repassadas a crianças que tenham já entre 2 e 3 anos. “O lidar com o dinheiro é um comportamento. A criança não precisa saber ler ou fazer contas para começar a entender os conceitos”, diz Senna. A ideia central é mostrar o dinheiro como associado a um meio e não como fim.

Palomo conta que uma boa solução é usar o “dinheiro de brincadeira”. “Os filhos observam os pais tirando dinheiro da carteira e a reação natural é imitar. Deixar a criança manusear esse dinheiro de mentira é uma oportunidade para ela entender que tem um item de troca, que tem cores diferentes, que serve para alguma coisa, mesmo sem compreender valores”, explica.

Palomo ressalta que criar brincadeiras que envolvam a imitação de feiras de frutas, lojas de brinquedos e de mercado são uma oportunidade de explicar como o dinheiro funciona.

“A criança vai experimentando o processo de troca. Em uma dessas trocas, ela escolhe um brinquedo e não pode adquiri-lo porque não tem as três notas de dinheiro azul, por exemplo, e assim vai deixando todo o processo didático”, diz a planejadora financeira.

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