O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), entidade que tem como vice-presidente Frei Chico, irmão do presidente Lula, movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão entre janeiro de 2019 e junho de 2025, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. Desse montante, R$ 586 milhões correspondem a créditos (entradas) e R$ 613 milhões, a débitos (saídas).
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O relatório destaca que o Sindnapi realizou operações em espécie — saques e depósitos — que somam R$ 6,5 milhões, movimentações consideradas complexas pelo Coaf por dificultarem o rastreamento da origem dos recursos e a identificação dos beneficiários finais. Além disso, foram apontados repasses no valor de R$ 8,2 milhões para empresas ligadas a familiares de dirigentes do sindicato.
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O Sindnapi tem sido investigado pela Polícia Federal no escândalo conhecido como “farra do INSS”, que revelou um esquema de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. Entre 2021 e 2023, o número de filiados à entidade saltou de cerca de 170 mil para 420 mil, enquanto o faturamento do sindicato aumentou de R$ 41 milhões para R$ 149 milhões.
Apesar da gravidade das denúncias, o sindicato não foi incluído na investigação da Advocacia-Geral da União (AGU) indicada por Lula, contra associações suspeitas de fraude, embora integre a lista da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União como parte do núcleo do esquema investigado. O Sindnapi foi descredenciado após os descontos irregulares detectados nas aposentadorias.
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A movimentação financeira expressiva e as denúncias colocam o Sindnapi no centro de um dos maiores escândalos envolvendo o INSS, levantando sérias questões sobre a administração dos recursos destinados aos aposentados e pensionistas no Brasil.