Patrocinado

O Tesouro segue avaliando o melhor momento para uma nova emissão de títulos no mercado internacional. Embora o cenário externo seja melhor que o interno neste momento, ainda está pior em relação a 2024, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

A situação financeira do Tesouro Nacional brasileiro é bastante complexa e está em constante mudança. Até o final de novembro de 2024, a Dívida Pública Federal (DPF) estava em R$ 7,204 trilhões, um aumento de R$ 131,17 bilhões em relação a outubro. A dívida interna (DPMFi) subiu para R$ 6,863 trilhões, enquanto a dívida externa (DPFe) atingiu R$ 340,76 bilhões.

MAIS: Buscando reduzir custos fabricante da Piraquê e da Adria fecha fábrica de mais de 20 anos em São Paulo

Em 2023, os maiores gastos do Tesouro Nacional do Brasil no primeiro ano de Lula, foram principalmente em remuneração de empregados (R$ 1,18 trilhões), uso de bens e serviços (R$ 609 milhões), consumo de capital fixo (R$ 167 milhões), juros (R$ 890 milhões), subsídios (R$ 29 milhões), transferências e doações (R$ 4,87 bilhões), benefícios previdenciários e assistenciais (R$ 1,76 trilhões), e outros gastos (R$ 276 milhões).

Para 2024, ainda não foram divulgados detalhes específicos sobre os maiores gastos do Tesouro Nacional. Esses números refletem a necessidade contínua de financiamento e a gestão cuidadosa das obrigações públicas do governo Lula.

A emissão de títulos em dólar do tesouro brasileiro para financiar dívida do governo Lula

O Tesouro Nacional está analisando o melhor momento para emitir títulos em dólar para aproveitar as condições favoráveis do mercado internacional. A emissão de títulos em moeda estrangeira ajuda a promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar e oferece uma referência de taxa para o setor corporativo. Além disso, essa estratégia antecipa o financiamento de vencimentos em moeda estrangeira, o que é crucial para a gestão da dívida pública.

VEJA: Alerta sobre endividamento crescente do governo Lula é tratado pela primeira vez em editorial de O Globo

A escolha do momento certo é fundamental para garantir que os títulos sejam emitidos a uma taxa de juros atrativa, atrair investidores estrangeiros e, assim, obter financiamento de forma mais barata.

O Tesouro Nacional monitora constantemente o mercado para identificar janelas de oportunidade, como foi o caso recente com a emissão de títulos que alcançou US$ 2,25 bilhões com uma taxa de 6,15% ao ano. A emissão de títulos em dólar pelo Tesouro Nacional com uma taxa de 6,15% foi realizada em 5 de abril de 2023. Esse título, chamado Global 2033, tem vencimento em 20 de outubro de 2033.

LEIA: Crise do governo Lula com investidor estrangeiro é real, afirma aliado de Lula e CEO da Arko Advice

Isso indica que uma eventual emissão de 2025 deve ser em volume menor. Em janeiro do ano passado, o Brasil captou US$ 4,5 bilhões com dois títulos em dólares, um com prazo de 10 anos e outro com prazo de 30 anos.

Se o Tesouro Nacional brasileiro decidisse emitir títulos em dólar hoje, a taxa de juros provável seria em torno de 4,50% a 4,75% ao ano, considerando as taxas atuais dos títulos do Tesouro dos EUA.

Quanto ao montante e aos vencimentos, seria razoável esperar um valor entre US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões, com vencimentos variando de 5 anos a 10 anos. Esses valores e prazos são baseados em tendências recentes e na necessidade de atrair investidores estrangeiros com uma taxa de retorno atrativa.

As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA são frequentemente usadas como referência para definir a taxa de juros dos títulos emitidos em dólar por outros países, inclusive o Brasil. Os investidores utilizam as taxas dos títulos do Tesouro dos EUA como um padrão de comparação devido à sua alta liquidez e menor risco, já que são considerados investimentos seguros.

LEIA: Vendas do comércio no Natal em dezembro de 2024 tem nova queda após mesmo período de 2023 também apresentar retração

Ao emitir títulos em dólar, o Tesouro Nacional do Brasil precisa oferecer uma taxa de retorno que seja atrativa para os investidores, considerando o risco soberano do país. Assim, as taxas dos títulos do Tesouro dos EUA servem como uma base, e uma “margem de risco” é adicionada para refletir a percepção do mercado sobre a solidez financeira e econômica do Brasil.

Integrantes da equipe econômica afirmam que o protagonismo dado ao novo comandante da Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto, Sidônio Palmeira, é sinal de que o governo tem problemas muito maiores do que sua própria comunicação.

MAIS: Financiamento imobiliário pela Caixa fica mais caro em 2025 sob Lula

Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News: Clique

SAIBA: Governo Lula acaba com o abono salarial para quem ganha dois salários mínimos

A dificuldade, afirmam, não está apenas na forma como se comunicam as coisas, mas na falta de diálogo interno e na demora na tomada de decisões por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Isso resulta em crises como a que envolveu as operações com Pix esta semana e a má recepção do pacote fiscal no final do ano passado.

AINDA: Ditadura de Maduro bloqueia VPNs e DNSs como Google Anatel está testando sistema automático de bloqueio para o Brasil

Um integrante afirma que o pior dos cenários se configurou com o Pix. O governo foi obrigado a revogar uma norma da Receita Federal sobre fiscalização de operações financeiras com o Pix.

Além disso, no caso do pacote fiscal, medidas acabaram sendo mal recebidas quando finalmente se tornaram oficiais porque foram vistas como pouco, muito tarde. O temor agora é que o governo fique refém da dinâmica de ter que reagir e tentar consertar problemas em vez de preparar uma estratégia eficiente para divulgar sua agenda econômica de forma tempestiva.

LEIA: Com dois anos da gestão Lula, número de brasileiros perdendo imóvel por dívida quintuplicou…

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é um dos pontos centrais na tentativa do governo Lula de melhorar sua comunicação, mas não entende que o governo perdeu foi a credibilidade. A avaliação é que o chefe da equipe econômica precisa falar mais sobre o que o governo tem para mostrar de positivo mesmo com a moeda brasileira sendo a segunda pior do mundo em 2024.

AINDA: Governo Lula firma parceria de R$ 8 bilhões com fundo Estatal da Árábia Saudita para explorar minerais exclusivos no Brasil, acusado de violação de direitos humanos

E esse recado também tem de ser passado para o mercado externo. O ministro tem falado com grandes fundos internacionais nas últimas semanas. A ideia da agenda para 2025 é conversar com atores privados internacionais para dar uma mensagem de confiança na economia do país, dizendo que tem estabilidade, está fazendo a tarefa de casa no fiscal e preparado para receber investimentos, a informação foi divulgada pela Bloomberg.


Receba conteúdo exclusivo sobre os temas de seu interesse! Confirme em sua caixa de e-mail sua inscrição para não perder nada