O Tesouro Nacional anunciou nesta quarta-feira, 4 de junho de 2025, uma nova emissão de títulos em dólares no mercado internacional, com prazos de 5 anos (vencimento em 2030) e 10 anos (vencimento em 2035). A operação faz parte da estratégia do governo Lula de fortalecer a liquidez da curva de juros soberana em dólar, estabelecer referências para o setor corporativo e antecipar o financiamento de vencimentos em moeda estrangeira.
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A emissão é liderada pelos bancos BNP Paribas, Citigroup e Santander, que coordenam a colocação dos papéis junto a investidores globais.
O objetivo central segundo o governo Lula é garantir que o Brasil continue sendo visto como um emissor confiável, diversificando a base de investidores e ampliando o prazo médio da dívida externa, além de servir de benchmark para empresas brasileiras que também buscam captar recursos no exterior.
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Em operações recentes, como a emissão de fevereiro de 2025, o Tesouro captou US$ 2,5 bilhões em títulos de 10 anos, com rendimento de 6,75% ao ano, e registrou forte demanda, com o volume de ofertas superando US$ 6,5 bilhões. A participação de investidores não residentes foi expressiva, especialmente da Europa e América do Norte.
Esse tipo de operação reforça a credibilidade do país e contribui para a diversificação das fontes de financiamento, mantendo a parcela da dívida externa dentro da meta estabelecida pelo Plano Anual de Financiamento (entre 3% e 7% do total da dívida pública).
A nova emissão ocorre em um momento de melhora do risco-país brasileiro, refletido na queda do Credit Default Swap (CDS) de cinco anos, indicador de confiança dos investidores internacionais.
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O resultado final da operação será divulgado ao final do dia, mas a expectativa é de mais uma captação bem-sucedida, reforçando o papel estratégico da dívida externa para o equilíbrio das contas públicas e o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro.
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O aumento da dívida externa do Brasil
A emissão de títulos públicos no mercado internacional, apesar de trazer benefícios como diversificação de investidores e fortalecimento da curva de juros soberana, também apresenta pontos negativos relevantes:
- Aumento do endividamento externo: Cada nova emissão eleva o volume da dívida pública em moeda estrangeira, tornando o país mais exposto a oscilações do câmbio e a choques externos, como crises internacionais ou desvalorizações do real.
- Custo elevado: Os títulos emitidos pelo Brasil geralmente pagam juros mais altos que os de países desenvolvidos, refletindo o risco-país. Por exemplo, uma emissão recente teve rendimento de 6,75% ao ano, mais de 2 pontos percentuais acima dos títulos do Tesouro dos EUA de mesmo prazo, o que significa maior despesa com juros para o governo brasileiro.
- Risco de refinanciamento: Ao assumir compromissos em dólares, o país depende de conseguir rolar a dívida no futuro em condições favoráveis. Em momentos de instabilidade global ou piora da percepção de risco do Brasil, pode ser difícil ou caro refinanciar esses títulos.
- Vulnerabilidade cambial: Como o pagamento dos títulos é em moeda estrangeira, uma forte desvalorização do real pode aumentar significativamente o custo para o Tesouro Nacional honrar esses compromisso.
- Limite de sustentabilidade: O crescimento excessivo da dívida externa pode afetar a credibilidade do país, pressionar o risco-país (CDS) e dificultar futuras captações em condições vantajosas.