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A revista britânica The Economist, de ideologia esquerdista, publicou um artigo em que diz que o presidente Lula (PT) está conduzindo o Brasil para o “lado selvagem” da economia. Ao criticar a política econômica do governo petista, a revista destacou o receio do mercado com a aparente falta de compromisso de Lula com “políticas fiscais e monetárias responsáveis”.

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“O governo de Lula está gastando muito e muitas vezes parece relutante em controlar isso. Ele tem se intrometido em empresas controladas pelo Estado e, frequentemente, tem atacado Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, que é formalmente independente desde 2021”, disse a revista, nesta quinta-feira (18). 

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“O mandato de Campos Neto termina este ano, juntamente com o de dois dos outros oito membros do conselho do banco. O governo poderá substituí-los, se o Senado aprovar. Isso significa que seis dos nove membros do conselho terão sido nomeados por Lula”, destacou a revista.
A publicação também lembrou das variações do dólar em relação ao real pressionadas, em parte, pelas declarações de Lula sobre Campos Neto e o mercado.

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A revista ainda ressaltou que a sequência de alta do dólar foi relativamente controlada após Lula e Janja apoiarem publicamente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que enfrenta resistência da oposição e de parte do próprio partido.

“A preocupação imediata é fiscal. Após dois anos de superávits primários (ou seja, antes do pagamento de juros), o FMI  (Fundo Monetário Internacional) calcula que o Brasil acumulou um déficit primário de 2% do PIB em 2023, o primeiro ano de Lula de volta ao cargo (ele foi presidente de 2003 a 2011)”, diz um trecho do texto.

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“O fundo acredita que isso cairá para 0,7% este ano. O problema é que, como a política fiscal tem sido frouxa, para controlar a inflação, a política monetária deve ser rígida. Isso, por sua vez, significa que o déficit geral – que inclui pagamentos de juros – aumentou para 9,4% nos 12 meses até junho, em comparação com 5,8% no mesmo período de 2022-23”, disse a revista ao citar dados da Goldman Sachs, uma das principais empresas globais de gestão de valores imobiliários e investimentos.
A revista também rebateu o argumento usado pelo governo Lula de que o aumento do déficit é de total responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem a revista classifica como “populista de extrema-direita”.

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“Parte do aumento do déficit em 2023 pode ser atribuído a Jair Bolsonaro […] Mas a maior parte do aumento do déficit não é herdada. Os gastos até agora neste ano aumentaram 13% em termos reais em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso exclui pagamentos de juros”, disse a revista.

“O governo alterou as regras para vincular os gastos com educação e saúde ao aumento das receitas federais, e não à inflação. Sozinha, essa mudança aumentou os gastos com saúde em R$ 50 bilhões no ano passado, de acordo com Marcos Mendes, do Insper, uma universidade de São Paulo”, diz outro trecho do artigo.

A revista ainda citou o temor do mercado em torno das indicações políticas para o comando de estatais, como a Petrobras, e a catástrofe no Rio Grande do Sul como agravantes da situação fiscal do país.

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Além disso, o artigo ressaltou as contradições em torno da meta de déficit zero estabelecida pelo próprio governo.

“Para estabilizar a dívida, no ano passado o ministro da Fazenda de Lula, Fernando Haddad, estabeleceu um novo arcabouço fiscal que limita o aumento dos gastos do governo a 2,5% em termos reais por ano (excluindo pagamentos de juros) […]  Mas, em abril, após ter deixado claro que a despesa estava superando o crescimento das receitas, Haddad pediu ao Congresso que afrouxasse as metas. Os investidores temem que o governo não leve a sério o equilíbrio das contas”, afirmou a revista.

Em outro texto, no mesmo dia, a revista defendeu que o governo Lula “precisa cortar gastos públicos desenfreados” para evitar o “declínio do Brasil”.

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