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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo 19 de Outubro, que seu governo considera importar carne bovina da Argentina como estratégia para reduzir os preços da proteína no mercado americano. A declaração foi feita a jornalistas a bordo do Air Force One, durante voo para Washington.

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A demora nas negociações do presidente Lula sobre o “tarifaço” com os EUA contribuiu diretamente para a perda de espaço do Brasil no mercado de carne bovina americano, abrindo caminho para a Argentina ocupar essa lacuna.

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Escassez interna motiva proposta

A fala de Trump revela um problema estrutural: os Estados Unidos não estão conseguindo abastecer seu próprio mercado de carne bovina. Em 2025, o país enfrenta:

  • Secas prolongadas que reduziram drasticamente os rebanhos no oeste americano
  • Custos elevados de produção, transporte e insumos
  • Demanda crescente, especialmente em grandes centros urbanos

“Poderíamos comprar um pouco de carne da Argentina. Se fizéssemos isso, os preços cairiam”, disse Trump, reconhecendo a limitação da produção nacional.

Parceria com a Argentina

A proposta surge dias após o encontro entre Trump e o presidente argentino Javier Milei na Casa Branca. Os EUA anunciaram uma linha de crédito de US$ 20 bilhões para apoiar a economia argentina. A importação de carne seria mais um passo na aproximação bilateral, com benefícios mútuos:

  • Consumidores americanos teriam acesso a carne mais barata
  • Exportadores argentinos ganhariam novo mercado
  • Relações comerciais entre os países se fortaleceriam

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Brasil pode perder espaço no mercado americano

A possível entrada da Argentina como fornecedora direta de carne bovina para os EUA acende um alerta no Brasil, que atualmente é um dos principais exportadores do produto para o mercado norte-americano.

A proposta do presidente Donald Trump de importar carne bovina da Argentina para conter a inflação alimentar nos Estados Unidos não apenas reflete a escassez de oferta interna, mas também expõe um ponto sensível para o Brasil: a falta de agilidade nas negociações diplomáticas para reverter as tarifas impostas aos produtos brasileiros.

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Como ter sua cédula Uruguaia

Desde julho de 2025, os Estados Unidos aplicam sobretaxas de até 50% sobre a carne bovina brasileira, como parte de um pacote de medidas protecionistas. O Brasil, que era o segundo maior fornecedor de carne bovina para os EUA, viu suas exportações despencarem.
Embora o presidente Lula tenha iniciado conversas com Trump no início de outubro, as negociações avançam lentamente. Uma ligação entre os dois presidentes no dia 6 de outubro abriu espaço para diálogo, e uma reunião entre os chanceleres Mauro Vieira e Marco Rubio foi marcada para o dia 16. No entanto, nenhuma decisão concreta foi tomada até agora, o que tem gerado frustração entre representantes do agronegócio brasileiro.

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Argentina aproveita o vácuo
Enquanto o Brasil aguarda avanços diplomáticos, a Argentina se move rapidamente. Com apoio político do presidente Javier Milei e incentivo direto de Trump — que classificou o país como “bom aliado” —, os argentinos podem assumir parte do mercado que antes era brasileiro.
Essa movimentação representa:

Perda de competitividade para o Brasil

Redução nas exportações brasileiras de carne bovina

Aumento da influência argentina no comércio bilateral com os EUA

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Oportunidade desperdiçada?
Especialistas avaliam que, se o Brasil tivesse agido com mais rapidez e firmeza nas negociações, poderia ter mantido sua posição estratégica no fornecimento de carne aos EUA. Agora, com a Argentina ganhando espaço, o Brasil corre o risco de perder uma fatia importante de um mercado altamente lucrativo.

Especialistas apontam que:

  • O Brasil pode perder participação nas exportações
  • A concorrência regional pode pressionar preços e margens de lucro
  • A medida pode reconfigurar o equilíbrio comercial latino-americano no setor de proteína animal

A ajuda, no entanto, depende do resultado das eleições legislativas. “Se ele não ganhar, não vamos perder nosso tempo”, declarou Trump após receber Milei na Casa Branca na última terça-feira (14).

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