A Unigel, tradicional petroquímica brasileira fundada em 1966 por Henri Slezynger, atravessa em 2025 uma das maiores crises de sua história. Após anos de expansão e investimentos pesados, a companhia não resistiu à combinação de endividamento elevado e à piora do ciclo petroquímico internacional, acumulando uma dívida de cerca de R$ 17,5 bilhões em recuperação judicial.
O fim do controle familiar
- A família Slezynger, que comandou a empresa por quase seis décadas, deve perder o controle da Unigel.
- O plano de reestruturação prevê a conversão de dívidas em participação acionária, diluindo os acionistas originais.
- Fundos internacionais, como a Pimco, devem assumir o comando, marcando uma mudança profunda na governança da companhia.
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Escândalo com a Petrobras e o TCU
- Em 2024, o Tribunal de Contas da União (TCU) considerou antieconômico o contrato da Unigel com a Petrobras para fornecimento de gás e arrendamento de fábricas.
- O acordo foi encerrado sem efeito, reforçando a percepção de má gestão e agravando a crise financeira.
- Desde então, não há vínculo societário ou parceria ativa entre Unigel e Petrobras, públicos do INSS.
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Influências políticas pouco mencionadas
- A Unigel manteve proximidade histórica com governos estaduais da Bahia e Sergipe, obtendo incentivos fiscais e tarifas diferenciadas de energia.
- Buscou apoio em Brasília, especialmente junto ao BNDES e ao Ministério de Minas e Energia, para aliviar custos de insumos.
- Credores internacionais, como a Pimco, não possuem relação direta com partidos ou com a Petrobras, mas exercem forte influência política e econômica no setor.
Impactos da crise
- Setor petroquímico: a situação da Unigel expõe a vulnerabilidade das empresas brasileiras diante da volatilidade global.
- Mercado de trabalho: a redução da capacidade operacional ameaça empregos diretos e indiretos ligados à cadeia petroquímica.
- Governança: a transição para fundos internacionais altera a dinâmica de poder e encerra a influência da família fundadora.
O caso da Unigel simboliza o fim de uma era no setor petroquímico brasileiro. A saída da família Slezynger, após décadas de comando, é consequência de endividamento bilionário, contratos controversos e má gestão. A nova fase da empresa será conduzida por fundos internacionais credores, sem vínculos diretos com a Petrobras, mas em um setor altamente dependente de políticas públicas e regulação.









