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A Vale (VALE3) lucrou US$ 2,76 bilhões de forma líquida (atribuível aos acionistas) no segundo trimestre de 2024, número além do consenso da Refinitiv, que projetava US$ 1,7 bilhão. Na comparação anual, o valor cresceu 210%. A empresa ainda anunciou juros sobre capital próprio de quase R$2,10 por ação, entretanto a interferência do governo Lula para colocar seu representante na direção da empresa e controlar o caixa, assusta o investidor.

A empresa abriu em gap positivo de 1,5%, contudo quando entraram os investidores internacionais a ação caiu e se aproximou do fechamento do dia anterior. A partir dai foi lutando até que conseguiu terminar o dia com uma modesta alta diante de seus resultados de 0,97%.

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Desde que ficou decidida a saída do presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, em março deste ano, a companhia ficou “acéfala” e “sem alguém com autoridade” para tratar de assuntos que são relevantes ao interesse nacional, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à Reuters.

Na avaliação do ministro, a situação dificulta a conclusão de um acordo entre Vale, BHP e Samarco com autoridades federais e estaduais para a reparação e compensação pelo rompimento de barragem em Mariana, em Minas Gerais, que ocorreu em 2015. Silveira, que é mineiro, disse estar preocupado com a “falta de proatividade” das companhias.

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“Me preocupa inclusive uma postura da Vale, que parece que só vai mudar, infelizmente, na hora que nós tivermos que aplicar medidas e sanções mais duras na empresa. E se necessário até avaliar a legislação brasileira nesse sentido, dela mudar a postura arrogante dela com relação ao Brasil”, afirmou Silveira em entrevista à Reuters na quarta-feira 24, durante visita ao Estado de Sergipe.

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A expectativa de todas as partes, inclusive do governo, é que um acerto seja concluído ainda neste ano. Havia expectativa de que o acordo pudesse ser fechado até o final do primeiro semestre, mas uma proposta de desembolso totalizando 140 bilhões de reais ficou aquém do pretendido pela autoridades.

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“Não deveria ser assim, mas o fato de a Vale estar acéfala é evidente que está atrasando um acordo (por Mariana)”, disse o ministro.

Segundo Silveira, a Vale “deixou de ser mineradora” e “passou a ser quase que exclusivamente vendedora da infraestrutura”, não explorando ativos estratégicos no país.

As falas do ministro mostram que o governo Lula quer na base da força de sanção controlar a empresa e definir como ela irá atuar, investidores não querem colocar seu dinheiro onde o governo Lula quer mandar. Historicamente as estatais controladas pelo PT praticamente faliram devido a má gestão e corrupção.

A Vale comunicou junto com seus resultados que 75% das indenizações acertadas da tragédias já foram quitadas. Além disto, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, entrou na justiça contra a União, devido ao governo Lula estar dificultando e postergando o acordo com a Vale. Minas precisa deste acordo para ajudar acertar as finanças do Estado, que Zema herdou em situação de penúria e vem regularizando. Lula usa de todos os recurso do Estado para obrigar a Vale a permitir sua mão dentro da empresa.

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‘Governo Lula ameaça a Vale com sanções mais duras’

Ele disse ainda que o governo estuda inclusive “medidas e sanções mais duras” contra a empresa, avaliando a legislação brasileira, e por meio de políticas públicas, sem entrar em detalhes.

Silveira comentou também que tem de “estar muito atento” para a postura da maior companhia de mineração do país.

Para ele, trata-se de uma mineradora “quase que monopolista, que deixou e deixa de explorar ativos estratégicos no país, que passou a comercializar esses ativos com investidores internacionais e distribui esses dividendos sem nenhum critério estratégico convergente com o interesse do país”.

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