As vendas varejistas no Brasil frustraram as expectativas e recuaram pelo segundo mês seguido em maio, dando seguimento à esperada perda de dinamismo em conjunto com a economia.
O varejo registrou queda de 0,2% nas vendas em maio em relação a abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, contrariando a expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,2% e marcando o resultado mais fraco para o mês desde 2023.
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Nem o Dia das Mães, importante data para o comércio brasileiro, ajudou a impulsionar o varejo, e a leitura de maio foi a segunda no vermelho depois de as vendas terem aumentado nos três primeiros meses do ano, tendo atingido em março o maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2000.
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“São dois meses seguidos de queda na taxa muito perto de zero. Mas esse valor perto de zero tem viés negativo para o comércio”, disse o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. Além disso, “o Dia das Mães acabou não tendo um impacto muito forte para o comércio, não houve nada muito claro de influência de Dia das Mães esse ano”.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve alta de 2,1% nas vendas, contra expectativa de avanço de 2,4%.
“O que está mais pesando agora é a alta dos juros e isso aparece no crédito à pessoa física. Esse é um elemento que fica mais claro nesses últimos dois meses”, completou Santos.
Dados recentes vêm indicando uma desaceleração gradual da atividade econômica no segundo trimestre de 2025, conforme esperado diante da política monetária restritiva.
No caso do comércio, o movimento reflete um cenário desafiador com taxa de juros alta e inflação ainda elevada, mas por outro lado dão sustentação o mercado de trabalho e a renda robustos.
A taxa básica Selic de juros está atualmente em 15% ao ano, com o Banco Central antecipando uma interrupção no ciclo de alta de juros e considerando que a taxa deve permanecer inalterada por “período bastante prolongado”.
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Entre as oito atividades pesquisadas na pesquisa do IBGE sobre o varejo, resultados negativos foram registrados por Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,1%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,0%) e Combustíveis e lubrificantes (-1,7%).
Os resultados positivos vieram de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,0%), Móveis e eletrodomésticos (2,0%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,7%), Tecidos, vestuário e calçados (1,1%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,4%).
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“Com as condições financeiras adversas e boa parte do aperto monetário realizado pelo Banco Central ainda por ser sentido, esperamos que o setor perca força gradualmente ao longo do restante do ano”, avaliou André Valério, economista sênior do Inter.
No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças; material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, houve aumento de 0,3% das vendas em maio contra o mês anterior.
Veículos e motos, partes e peças tiveram crescimento de 1,5% nas vendas, enquanto as de Material de Construção ficaram estáveis.