O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), respondeu na sexta- feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), depois de ser acusado pelo petista de dar calotes bilionários no governo federal. A troca de mensagens ocorreu no X (ex-Twitter).
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Haddad havia afirmado horas antes da declaração de Zema que o político do Novo era responsável pelo aumento do endividamento de Minas Gerais. “A dívida do estado de MG aumentou 33%, e após dois anos já alcançou incremento de 55% no conjunto do seu [Zema] governo, passando de R$ 119 bi em 2018 para R$ 185 bi em 2024″, escreveu.
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O ministro da Fazenda também destacou que Minas Gerais deve mais de R$ 30 bilhões ao governo, além de mais R$ 12 bilhões para instituições financeiras.
Em resposta, Zema compartilhou um gráfico que compara a taxa de endividamento de Minas Gerais com a do Brasil, indicando que seu governo diminuiu o número desde 2018, quando assumiu o comando.
Outro gráfico apresentado pelo governador apontou que, desde a posse de Haddad em 2022, a taxa de endividamento do Brasil aumentou de 414% para 508%.
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A questão entre Haddad e Zema perdura desde a última quarta-feira 15, quando o governador disse que não iria aderir ao Propag (Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados) se os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não fossem derrubados. “Esperamos que esses vetos caiam.
(O Propag) não é um plano que vai viabilizar, será uma alternativa pior do que já temos. Se for pra ficar mutilado do jeito que está, não vamos aderir, porque é pior que o Regime de Recuperação Fiscal (RRF)”, declarou Zema em coletiva de imprensa.
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O ministro da Fazenda respondeu às críticas dizendo que o governador “esconde a verdade” ao contestar os vetos presidenciais. Haddad afirmou que o projeto sancionado teve mais espaço para a melhora da dívida dos governadores em relação às propostas de Zema no início das negociações.
Entenda a dívida de Minas Gerais e saiba quem são os responsáveis
A dívida de Minas Gerais com a União, que alcançou aproximadamente R$ 165 bilhões, tem raízes que se estendem por várias administrações anteriores ao atual governador Romeu Zema, que assumiu o cargo em 2019. A seguir, estão os principais governadores responsáveis pela acumulação dessa dívida antes de Zema:
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Governadores e suas Contribuições à Dívida
- Fernando Pimentel (PT): Governou de 2015 a 2019. Sua administração enfrentou críticas por não ter conseguido resolver a crise fiscal do estado, e a dívida aumentou significativamente durante seu mandato. Pimentel é frequentemente mencionado como responsável por uma parte substancial da dívida acumulada.
- Antonio Anastasia (PSDB): No cargo de 2010 a 2014, Anastasia também é apontado como um dos governadores que contribuíram para o aumento da dívida. Durante sua gestão, o estado já enfrentava dificuldades financeiras, e as obrigações com a União continuaram a crescer.
- Aécio Neves (PSDB): Governou de 2003 a 2010. A gestão de Aécio Neves é marcada por empréstimos e financiamentos que impactaram negativamente as finanças estaduais, contribuindo para o passivo que se tornaria um problema maior nas gestões subsequentes.
- Hélio Garcia (PTB): Governou de 1999 a 2003 e foi responsável por decisões que levaram à necessidade de refinanciamento da dívida do estado com a União, resultante da privatização e extinção de bancos estaduais.
- Newton Cardoso (MDB): No cargo de 1995 a 1998, Cardoso fez a primeira transação significativa que resultou na acumulação da dívida atual. Ele foi um dos primeiros a contrair empréstimos que se tornaram parte do passivo do estado.
- Eduardo Azeredo (PSDB): Governou de 1995 a 2003 e deixou um saldo devedor significativo ao final de seu mandato, quando a dívida era de cerca de R$ 14 bilhões em 1998, um valor que cresceu exponencialmente nas décadas seguintes devido aos juros e à falta de pagamento.
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Contexto Histórico da dívida de Minas Gerais
A origem da dívida remonta principalmente à capitalização junto à União em 1990 e ao refinanciamento acordado em 1998, quando o governo federal assumiu os débitos dos estados.
Desde então, Minas Gerais tem enfrentado um ciclo contínuo de endividamento, exacerbado por decisões políticas e econômicas ao longo das gestões dos governadores mencionados.
A administração atual de Romeu Zema tem buscado renegociar essa dívida e implementar medidas para estabilizar as finanças do estado, mas enfrenta desafios significativos devido ao histórico acumulado