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Os brasileiros ficaram tanto mais endividados quanto mais inadimplentes na passagem de fevereiro para março, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A proporção de famílias com contas a vencer passou de 77,9% em fevereiro para 78,1% em março, apontou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O resultado, porém, ainda é mais baixo que o de um ano antes, em março de 2023, quando 78,3% das famílias estavam endividadas.

Esse resultado revela maior demanda das famílias por crédito, aproveitando o menor custo com juros”, avaliou a CNC, na divulgação do estudo.

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Mesmo com o governo Lula gastando R$8 bilhões com o programa Desenrola, que injetou dinheiro nos Bancos. A situação da população endividada não mudou, mas para os Bancos os lucros cresceram. Do Desenrola ainda restam cerca de R$ 6,5 bilhões do Fundo de Garantia de Operações (FGO) para garantia das renegociações feitas pela faixa 1 pelo Programa Desenrola, que teve sua vigência prorrogada até 20 de maio. Ou seja, foram consumidos até o momento apenas R$ 1,5 bilhão dos R$ 8 bilhões disponibilizados ao programa. Isto porque, muitas das negociações propostas não são boas para os devedores, que ficam em situação pior.

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A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer nas modalidades cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa.

Inadimplência crescente significa aumento da pobreza

Após cinco meses seguidos de recuos, a fatia de consumidores com contas em atraso aumentou, passando de 28,1% em fevereiro para 28,6% em março. Em março de 2023, a proporção de famílias inadimplentes era mais elevada, 29,4% tinham contas em atraso.

“Essa alta da inadimplência também é vista pelo crescimento do porcentual de famílias que não terão condições de pagar dívidas, que é o grupo mais complexo dos inadimplentes, mas com diferença de apenas 0,1 ponto porcentual e, nesse caso, já supera o indicador do mesmo mês do ano passado”, frisou a CNC.

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“Para ampliar a renda disponível, as famílias buscaram aumentar o prazo para pagamento das suas dívidas. Tanto que o tempo de comprometimento com dívidas atingiu 7,1 meses em março de 2023, o maior nível desde abril de 2022”, ainda sobre a Pandemia, apontou a economista Izis Ferreira, da CNC, em nota.

Mais pobres puxam alta no endividamento e na inadimplência

Na passagem de fevereiro para março, a alta no endividamento e na inadimplência foi puxada pelas famílias de renda mais baixa. No grupo com renda familiar mensal de até três salários mínimos, a proporção de endividados subiu de 79,2% em fevereiro para 79,7% em março.

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Na classe média baixa, com renda de três a cinco salários mínimos, a proporção de endividados diminuiu de 79,5% em fevereiro para 79,3% em março. No grupo de cinco a dez salários mínimos, houve redução de 75,8% para 75,0%. No grupo com renda acima de 10 salários mínimos mensais, essa fatia ficou estável em 71,4%.

Quanto à inadimplência, no grupo com renda familiar mensal de até três salários mínimos, a proporção de famílias com dívidas em atraso subiu de 35,8% em fevereiro para 36,4% em março.

Na classe média baixa, com renda de três a cinco salários mínimos, a proporção de inadimplentes permaneceu em 26,0% em março, mesmo resultado de fevereiro. No grupo de cinco a dez salários mínimos, houve elevação de 20,5% em fevereiro para 20,7% em março. No grupo que recebe acima de 10 salários mínimos mensais, a fatia de inadimplentes encolheu de 14,6% para 14,3%.

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