O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central destacou a “resiliência” da atividade econômica e o aumento das expectativas de inflação entre as razões para interromper a queda da taxa básica de juros. E avisou que futuros ajustes na Selic serão ditados pelo “firme compromisso de convergência da inflação à meta”. Os comentários constam da ata da última reunião, divulgada nesta terça-feira (25).
VEJA: Relatório do Banco Central projeta nova alta do IGP-M de 2024 para 3,22%
Na semana passada, os membros do colegiado decidiram, por unanimidade, manter a Selic em 10,5% ao ano. A decisão foi criticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Apesar da votação unânime, ela culpou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e a imprensa pela interrupção no ciclo de redução dos juros.
Se você quer receber informações gratuitas de como proteger seu patrimônio e se preparar para uma possível mudança de país, inscreva-se em nossa newsletter sobre o tema e receba semanalmente de forma gratuita dicas sobre o tema.
MAIS: Fitch alerta que Brasil não seguiu ‘cenário-base’ previsto em melhora do rating
Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News: Clique aqui. Acompanhe-nos pelo Canal do Whastapp. Clique aqui
LEIA: Cimed entra no seguimento de beleza com aquisição de empresa de Silvio Santos
Na ata publicada nesta terça, o Copom afirma mais de uma vez que o desempenho da economia tem superado as expectativas do colegiado. A “desancoragem” das expectativas de inflação – isto é, o aumento da distância entre as projeções e a meta – também é citada várias vezes.
AINDA: Argentina tem nova vitória com maior superávit comercial em 15 anos
Os membros do comitê afirmam que reduzir as expectativas de inflação “requer uma atuação firme da autoridade monetária”, mas não só. Em recado ao governo Lula, defendem que também é necessário “o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira”.
SAIBA: Ex- diretor do BC de Lula expõe narrativa sobre o Banco Central
“No que se refere ao cenário doméstico, o mercado de trabalho e a atividade econômica, em particular o consumo das famílias, têm surpreendido e divergido do cenário de desaceleração previsto. Além disso, houve nova elevação das projeções de inflação tanto para 2024 quanto para 2025”, diz trecho da ata.
MAIS: Cuidar do povo pobre é barato, afirma Lula. “Cuidar de rico é caro”
De acordo com o economista-chefe da corretora XP, Caio Megale, a ata sugere um cenário de taxa Selic estável em 10,5% “por um longo período”. Mas ele destaca que o Copom “está ficando mais preocupado” com as perspectivas de inflação.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou a ata do Copom em conversa rápida com jornalistas nesta manhã. “[A ata] transmite a ideia de que está havendo uma interrupção para avaliar cenário interno e externo, para que o Copom fique à vontade para tomar decisões a partir de novos dados”, disse.