O que já vinha se configurando ao longo dos meses tornou-se realidade. As estatais fecharam 2024 com o maior deficit da série histórica, iniciada em 2002. O saldo negativo foi de R$ 8,07 bilhões em valores nominais, segundo dados do BC (Banco Central), que divulgou o relatório “Estatísticas Fiscais” nesta sexta- feira. Em 2023, as estatais registraram déficit de R$ 2,27 bilhões. O saldo negativo subiu 255,8% no ano passado.
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ESTATAIS FEDERAIS Em nota publicada nesta sexta- feira, o MGI (Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos) defendeu que os dados do Banco Central não são a melhor forma de observar a sustentabilidade financeira da estatal. O órgão disse que os investimentos das empresas estatais federais cresceram 44,1% em 2024 em relação a 2023. Totalizou R$ 96,18 bilhões, segundo o governo Lula, tentando defender sua gestão de recursos.
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O levantamento do BC considera as receitas e as despesas das empresas. Segundo o governo, o dado ignora os recursos em caixa disponíveis e de receita de anos anteriores. Segundo o BC, as estatais federais registraram um déficit de R$ 6,73 bilhões em 2024, o maior saldo negativo da série histórica. Em 2023, havia sido de R$ 656 milhões. No acumulado do governo Lula, o déficit foi de R$ 7,39 bilhões.
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Correios com prejuízo e risco de insolvência
Os Correios tiveram o maior déficit primário das estatais federais, com saldo negativo de R$ 3,2 bilhões. O presidente dos Correios é Fabiano Silva dos Santos, de 47 anos. É advogado e foi indicado ao cargo pelo Prerrogativas, grupo de operadores do direito defensores do presidente Lula. O coletivo atuou e segue atuando fortemente contra as acusações do maior esquema de corrupção mundial, de processos da Lava Jato. Fabiano é do Prerrô, como o coletivo é chamado, e tem relação de amizade com o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro José Dirceu. É conhecido como o“churrasqueiro de Lula”.
O chefe-adjunto do departamento de estatísticas do Banco Central, Renato Baldini, indicado por Lula, disse nesta sexta- feira que o levantamento da autoridade monetária considera todas estatais do país, com exceção da Petrobras e empresas financeiras, como BB (Banco do Brasil) e Caixa Econômica Federal.
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Baldini afirmou que o Banco Central apura o resultado fiscal seguindo a metodologia conhecida como “abaixo da linha”, que é diferente do Tesouro Nacional por exemplo, que adota a metodologia “acima da linha”.
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“O acima da linha considera para cada ente do setor público as receitas e despesas. Soma todas as receitas e despesas e apura o resultado líquido, que pode ser um superavit ou déficit”, disse o chefe-adjunto.
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O Banco Central não tem acesso a todos esses componentes, como as despesas das estatais. “O que o Banco Central faz é comparar o nível de endividamento dos entes públicos entre um período e o período seguinte”, disse. O déficit de R$ 8,07 bilhões corresponde a diferença do nível de dívida de 2023 para 2024. “É o resultado das empresas estatais no período em questão”, disse.