Equatorial compra CEEE-D elétrica em leilão. O Grupo Equatorial Energia, da sigla, EQTL3, venceu o leilão de desestatização da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D), do Rio Grande do Sul. O leilão aconteceu nesta quarta-feira, 31, na B3, em São Paulo. Contudo, apenas um interessado estava habilitado para participação.
Desta forma, após a abertura do envelope com a proposta econômica, foi confirmada a venda da totalidade da participação societária indireta do Estado do Rio Grande do Sul na empresa por R$ 100 mil. Além de incorporação de dívidas e compromissos da companhia.
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Contudo, o total de passivos da empresa soma R$ 6,7 bilhões. Entretanto, a venda do controle da CEEE-D era necessária para evitar a evolução do processo de caducidade do contrato de concessão em andamento na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A troca de controle permitirá agora a retomada da capacidade financeira da companhia, que poderá investir na melhoria da prestação de serviços. São esperados novos investimentos de cerca de R$ 1,6 bilhão para os próximos cinco anos, o que beneficiará cerca de 1,8 milhão de clientes em 72 municípios, incluindo a Região Metropolitana de Porto Alegre.
Desta forma, Augusto Miranda, CEO da Equatorial, a energia elétrica será um insumo muito importante para o crescimento econômico de um Estado como o Rio Grande do Sul. “Nós prometemos trabalhar diuturnamente, fazer os investimentos prudentes e necessários para essa concessão, para melhorar a qualidade. E, com certeza, esses investimentos que faremos, dotando o Estado dessa infraestrutura, em muito ajudará o Rio Grande do Sul a atingir as metas de crescimento estabelecidas pelo governo”, disse o executivo, em participação remota.
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No entanto, A CEEE-D vem acumulando prejuízos sucessivos nos últimos anos, com inadimplências recorrentes de tributos estaduais. Além disso, a companhia não conseguia cumprir os parâmetros regulatórios mínimos relativos à qualidade na prestação dos serviços e de sustentabilidade econômico-financeira, o que implicava risco iminente de caducidade do contrato de concessão.
Desta forma, a mudança da gestão para um grupo privado ampliará a capacidade de investimento da empresa, com o consequente atendimento dos parâmetros operacionais e melhores serviços à população.
A desestatização da CEEE-D
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi contratado pelo governo do Rio Grande do Sul para coordenar o processo de desestatização da empresa. E ainda, contou com o apoio técnico do Consórcio Minuano Energia — formado por Banco Genial, Thymos Energia e Machado Meyer — e da EY, responsável pela segunda avaliação econômico-financeira independente. A modelagem do processo envolveu a aprovação de aumento de capital pelos acionistas, transferência das obrigações com ex-autárquicos para o Estado e refinanciamento da dívida tributária da companhia. Após a conclusão da venda, a CEEE-D seguirá responsável por dívidas bancárias, obrigações fiscais e previdenciárias superiores a R$ 3,5 bilhões.
“Por tudo isso, essa foi uma operação bem desafiadora, mas que mostra que a parceria entre o Governo Estadual, o Governo Federal, através do BNDES, e o setor privado constrói e melhora o nosso Brasil”, afirmou o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, em discurso após o encerramento do leilão. “Mais uma vez, a gente prova que bons projetos no Brasil, bem modelados, bem estruturados, conseguem ser viabilizados ao mercado.”