As bolsas de Nova York fecharam sem direção única nesta sexta-feira, 12, mas acumularam ganhos na semana com expectativas reforçadas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve reduzir a taxa de juros dos Estados Unidos já na reunião da próxima semana. Nasdaq manteve o rali da véspera e voltou a renovar recorde histórico de fechamento.
O índice Dow Jones fechou em queda de 0,59%, aos 45.834,22 pontos, enquanto o S&P 500 recuou 0,05% aos 6.584,29 pontos e o Nasdaq encerrou o pregão em alta de 0,44%, aos 22.141,10 pontos – em novo recorde de fechamento. Na semana, os índices acumularam altas de 0,95%, 1,59% e 2,03%, respectivamente.
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É incomum o Fed reduzir juros com a bolsa em máximas históricas, cenário visto apenas em 2019, ressalta a Capital Economics. Para a consultoria, a resiliência da economia dos EUA e o impulso das ações ligadas à inteligência artificial (IA) devem sustentar o dólar nos próximos meses, apesar das apostas em cortes mais profundos de juros pelos investidores.
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As farmacêuticas foram fortemente afetadas por notícia do The Washington Post que aponta que autoridades de saúde do governo Trump devem vincular as vacinas contra a covid-19 às mortes de 25 crianças. Com isso, Moderna (-7,40%), Pfizer (-3,98%), Merck & Co (-2,75%), e as American Depositary Receipts (ADRs) da Astrazeneca (-1,90%) recuaram.
Enquanto isso, a Warner Bros. Discovery disparou 16,70% após notícias de que a Paramount Skydance (+7,62%) prepara uma oferta de aquisição pela companhia. A IonQ saltou 18,11% após obter aval regulatório do Reino Unido para comprar a start-up Oxford Ionics.
As ações da Super Micro Computer avançaram 2,39% após iniciar entregas globais de sistemas Blackwell Ultra da Nvidia voltados a IA, enquanto a Nvidia subiu 0,36%. Já a Adobe recuou 0,34%, mesmo após divulgar resultados acima das estimativas e projeções fortes.
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Bolsa brasileira cai com condenação política de Bolsonaro
O Ibovespa perdeu 0,61%, aos 142.271,58 pontos, uma queda de 879,26 pontos, e, a despeito das altas dos últimos dias, a semana terminou negativa em 0,26%, a primeira após cinco positivas em sequência.
O real fraco se manteve acima dólar comercial que caiu 0,70%, a R$ 5,354, menor valor de fechamento desde 10 de junho de 2024, quando encerrou a sessão valendo os mesmos R$ 5,354. Os DIs (juros futuros) terminaram mistos.
Existe a apreensão com a reação dos EUA diante da condenação política sem embasamento jurídico, conforme comprovou e denunciou o ministro Fux com a lei e a Constituição, do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF por tentativa de golpe de Estado e outros crime, não comprovados publicamente e em foro errado.
O mercado operou de maneira cautelosa “porque teme uma nova rodada de sanções vindas do presidente (dos EUA) Donald Trump, com a ampliação da lei Magnitsky e o aumento das tarifas”, ressaltou em nota Gabriel Mollo, analista de investimentos da Daycoval Corretora.
De fato, o governo Trump não aceitou a condenação política de Bolsonaro. O próprio mandatário disse: “conheço o presidente Bolsonaro, não tão bem, mas o conheço como líder de um país. Sempre o considerei muito correto, um homem notável. Acho que é uma coisa terrível. Muito terrível. Acho que é muito ruim para o Brasil”. Mas o presidente norte-americano não deu pistas sobre novas sanções.
O tom mais duro veio do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que publicou em sua conta na rede X (antigo Twitter) uma ameaça direta: “as perseguições políticas do violador de direitos humanos Alexandre de Moraes continuam. Ele e outros membros do STF decidiram injustamente pela prisão de Jair Bolsonaro. Os Estados Unidos responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”.
Também no X, o subsecretário de Diplomacia Pública norte-americano, Darren Beattie, afirmou que a condenação é “mais um capítulo do complexo de perseguição e censura” do ministro Alexandre de Moraes.
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Lula comemora os ministros indicados pelo PT e Temer condenarem Bolsonaro
O cenário é saboroso para o presidente Lula. Além de ver um adversário e favorito, impedido de concorrer as eleições e condenado politicamente como ele afirmou diversas vezes que queria. Chegou até a mudar a lei ao dizer que “Bolsonaro precisa provar que é inocente”. Sendo que legalmente é o contrário quem acusa é que tem que provar a culpa do acusado. Fato que o ministro Fux mostrou claramente que o processo não conseguiu prova culpa de Bolsonaro.
Vale e Petrobras caem; BB se salva
Em São Paulo, toda essa mixórdia político-jurídica fez Vale (VALE3) oscilar e terminar com leve baixa de 0,04%. Petrobras (PETR4) afundou 0,67%, mesmo com o petróleo em alta.
Os bancos foram os maiores causadores da indigestão no Ibovespa, com perdas consistentes: Bradesco (BBDC4) caiu 1,17%, Itaú Unibanco (ITUB4) desceu 1,50% e Santander (SANB11) cedeu 1,10%. Apenas Banco do Brasil (BBAS3) se fartou, com alta de 0,41%, embora a XP ainda faça ressalvas com a ação.
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O mesmo aconteceu com as petro juniores, que caíram na esteira do petróleo, mas viram ao menos PRIO (PRIO3) subir 0,63%, com boas notícias sobre os poços de Wahoo.
Os varejistas também recuaram, inclusive Magazine Luiza (MGLU3), com 1,50%, após fechar ontem em exatos R$ 10.