Em meio a mudanças globais e acessão de governos autoritários e controladores o ouro vem crescendo em preferência. para se proteger das intervenções estatais nas reservas individuais. Neste cenário, o ouro atingiu nova máxima histórica, aos US$ 4.000 por onça. Após alta na sessão de segunda-feira, o metal segue em trajetória ascendente e avança 0,65%, cotado a US$ 4.002,20, às 10h05 (horário de Brasília).
LEIA: Caixa bloqueia empréstimos imobiliários devido a escassez de recursos e busca por taxas mais elevada
Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News
LEIA: Careca do escândalo do “roubo dos aposentados do INSS” pagou R$ 5 milhões para publicitária do PT
Na segunda-feira, o preço avançou até 2,2%, chegando a US$ 3.970 por onça na abertura da semana. O rali, que já dura sete semanas consecutivas, fez o ouro acumular alta superior a 50% no ano. Os fundos negociados em bolsa (ETFs) lastreados em ouro voltaram a registrar forte entrada de recursos na semana passada.
A paralisação do governo americano atrasou a divulgação de dados econômicos, deixando o cenário ainda mais incerto. Sem indicadores oficiais, investidores dependem de relatórios privados, enquanto o Federal Reserve enfrenta dificuldades para avaliar as condições da economia. O mercado continua precificando um corte de 0,25 ponto percentual nos juros neste mês, o que tende a favorecer o ouro, já que o metal não paga rendimento.
O ouro vem subindo ao longo de 2025 impulsionado por compras de bancos centrais, que buscam diversificação em relação ao dólar. Investidores têm migrado para ouro, prata e Bitcoin, em uma tendência apelidada de “debasement trade”, alimentada pelo receio em relação às moedas controladas por governos
SAIBA: Bitcoin renova recorde histórico e lidera alta global no mercado cripto
Operadores de opções seguem apostando em novas altas e ampliaram posições compradas no ETF SPDR Gold Shares. Um investidor vendeu opções de compra a US$ 355, adquiridas no fim de setembro — quando o ouro valia mais de 5% menos —, e comprou calls de US$ 370 equivalentes a mais de 26 milhões de ações, apostando em ganho adicional de 1,8% até o fim da próxima semana.

O fluxo de investidores individuais para ETFs de ouro sustentou a nova etapa da alta, com o volume total de posições registrando em setembro o maior avanço em mais de três anos. A tendência se manteve nos primeiros dias de outubro.
Os fluxos foram “simplesmente notáveis”, disse Priyanka Sachdeva, analista da Phillip Nova Pte.. Isso mostra “como a mentalidade de comprar o ouro nas quedas está profundamente enraizada”, afirmou.
“O cenário segue favorável, com o Fed no caminho de novos cortes de juros e o mercado de trabalho enfraquecendo”, disse Ahmad Assiri, analista da Pepperstone Group Ltd.. “Mas a relação entre risco e retorno parece estar mudando, e uma correção tática seria vista como uma fase saudável dentro de um rali prolongado.”