A abertura da COP30 em Belém foi marcada por um momento de forte tensão política e social. Durante um evento da Cúpula dos Povos, realizado no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), a líder indígena Auricélia Arapiun fez duras críticas ao governador do estado, Helder Barbalho, e à empresa norueguesa Hydro, acusando ambos de promoverem uma “farsa” em nome da sustentabilidade.
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Auricélia, que preside o Conselho Deliberativo da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), discursou diante de autoridades e representantes da sociedade civil, denunciando o que chamou de “perseguição política” e “violação dos direitos dos povos tradicionais”. A ativista afirmou que a parceria entre o governo paraense e a Hydro ignora os impactos ambientais e sociais causados pela empresa na região amazônica.
“Tudo o que ele [Helder Barbalho] faz é farsa e perseguição. Como ele não podia mandar retirar a indígena com sua polícia política, ficou rindo de nervoso, sem graça diante das falas dela”, relatou o ativista Clarke de Souza em publicação nas redes sociais.
A fala de Auricélia foi recebida com aplausos por parte do público presente e viralizou nas redes sociais, onde internautas destacaram a coragem da liderança indígena em expor contradições entre o discurso oficial da COP30 e a realidade enfrentada pelas comunidades amazônicas.
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A empresa Hydro, envolvida em denúncias de contaminação de rios e danos ambientais no Pará, tem sido alvo de críticas por sua atuação na região do Baixo Moju. Moradores locais alegam falta de indenização e negligência ambiental, enquanto a empresa afirma estar comprometida com práticas sustentáveis.
O episódio reacende o debate sobre o protagonismo dos povos indígenas na agenda climática e a necessidade de ações concretas que vão além dos discursos institucionais. A COP30, que reúne líderes mundiais para discutir soluções contra as mudanças climáticas, agora também se torna palco de reivindicações por justiça ambiental e respeito aos direitos dos povos originários.
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