O cenário político brasileiro ganhou contornos internacionais neste fim de semana após declarações do vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau. O diplomata classificou como “provocativa e desnecessária” a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de transferir o ex-presidente Jair Bolsonaro para a custódia da Polícia Federal.
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Landau afirmou que os EUA estão “profundamente preocupados” com o que chamou de ataque à estabilidade política do Brasil e ao Estado de Direito. Em publicação nas redes sociais, ele lembrou que Moraes é um “violador de direitos humanos sancionado”, em referência à inclusão do ministro na lista da Lei Magnitsky, que prevê sanções financeiras contra autoridades acusadas de abusos. A mensagem foi compartilhada pelo perfil oficial da Embaixada dos EUA no Brasil.
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A decisão de Moraes ocorreu em 21 de novembro de 2025 mais foi cumprida pela PF no dia 22, a justificativa apresentada foi que Bolsonaro teria violado a tornozeleira eletrônica e diante da convocação de uma vigília organizada por seu filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em frente ao condomínio onde o ex-presidente residia. O magistrado considerou haver risco de fuga e determinou a prisão preventiva, encerrando o regime de prisão domiciliar ilegal.
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Contudo, as afirmações de Moraes para a mudança de local da prisão não são Constitucionais. O ex-presidente Fernando Collor de Melo ficou com a tornozeleira desligada por 36h e nada ocorreu. Sobre o risco de fuga, Bolsonaro esteve com um forte esquema policial tomando conta não só de todos os lados de sua casa mais também do condomínio onde mora, Vistoria de carros e pessoas, sendo impossível uma fuga.
Enquanto Landau endureceu o tom contra o STF que tem de fato desrespeitado a Constituição, o presidente Donald Trump adotou postura mais estratégica. Questionado por jornalistas, disse que não tinha detalhes sobre o caso e preferiu não comentar, limitando-se a afirmar que “é muito ruim”. A resposta foi interpretada como estratégica, já que o governo Lula negocia atualmente a retirada de tarifas adicionais sobre produtos agrícolas brasileiros.
Implicações
- Diplomáticas: As críticas de Landau podem tensionar o diálogo entre Brasília e Washington, especialmente em meio às negociações comerciais.
- Políticas internas: A fala reforça a narrativa de aliados de Bolsonaro de que há perseguição judicial.
- Mercado e economia: A percepção de instabilidade política pode afetar a confiança de investidores estrangeiros.
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O episódio mostra como o judiciário brasileiro está dominando todos os cenários do Brasil e saindo de seu escopo de trabalho determinado pela Constituição. O fato é que o Congresso e Lula estão deixando na mãos de uma pessoas decisões crucial para o povo brasileiro que não escolheu esta pessoa para isso.











