Brasil ganha presidência do BID pela primeira vez, indicação de Bolsonaro. O ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn venceu as eleições para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com sede em Washington, nos Estados Unidos. É a primeira vez que o País ocupará o cargo no banco. O Brasil conseguiu apoio de 17 membros regionais e 9 de fora na disputa.
Antes da escolha do BID, o ex-ministro da Fazenda de governos petistas Guido Mantega pediu o adiamento das eleições do BID, a fim de que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e não Bolsonaro, indicasse o nome à presidência da instituição. Mantega enviou uma carta ao banco e aos países que disputam a presidência. O ex-ministro participava da equipe de transição de Lula, porém renunciou recentemente.
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Contudo, na sexta-feira (11/11), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, negou que tenha havido orientação da legenda para o pedido de Mantega, mas endossou a ideia. “Seria de bom tom” adiar a eleição, declarou.
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A expectativa do governo brasileiro era obter 51% dos votos ainda no primeiro turno para o candidato brasileiro, um dos critérios para vencer. E se faltasse atingir o apoio de 15 dos 28 países membros “mutuários” e “regionais não mutuários”, grupo que inclui os EUA e o Canadá, a esperança era conquistá-lo no segundo turno, conforme fontes que acompanham bastidores das eleições no BID. Esses são os dois critérios de exigência para o candidato se eleger presidente do Banco.
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Indicado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), seu nome acabou sendo alvo de disputas políticas por conta da oposição de uma ala do Partido dos Trabalhadores (PT). O Brasil nunca deteve a presidência do BID e havia um entendimento de que agora seria a vez de o País galgar a posição. Sua campanha, porém, foi atrapalhada por uma tentativa de membros do PT para postergar as eleições da instituição e ganhar tempo para indicar um novo nome, com perfil mais alinhado ao partido.
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O BID ignorou o pedido e seguiu com as eleições, que tiveram início às 8 horas em Washington (10h de Brasília).
Na reta final, principal concorrente do brasileiro passou a ser o economista e vice-governador do Banco Central do México (Banxico), Gerardo Esquivel Hernández, segundo fontes. Ele foi, inclusive, alvo do ministro da Economia, Paulo Guedes, que indicou o nome de Ilan, durante sabatina, no último dia 12. Na ocasião, Guedes teria questionado o candidato sobre qual seria o direcionamento de sua gestão, por exemplo, no caso da reconfiguração das cadeias produtivas, se o mexicano traria os semicondutores para a América Latina ou para o Acordo entre Estados Unidos, México e Canadá (USMCA, na sigla em inglês, antigo NAFTA).
Além do México, o Chile indicou o ex-ministro da Fazenda Nicolás Eyzaguirre Guzmán, enquanto Trindade e Tobago apoia o nome de Gerard Johnson.