O escândalo da Qualicorp e a relação com Lula e jatinho

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O escândalo da Qualicorp e a relação com Lula e jatinho. Lula nem assumiu o cargo e já ganhou do empresário amigo uma carona num valor entre 1 e 3 milhões de reais E não é qualquer Júnior é o da Qualicorp (QUAL3).

José Seripieri Filho, o Júnior, preso na manhã de 21 de julho de 2020, pela Polícia Federal, é um empresário conhecido no setor de saúde. Ele é o fundador da Qualicorp, uma das maiores empresas de planos de saúde do país. Tornou-se um dos primeiros bilionários brasileiros do segmento.

As ações da companhia na B3 recuavam perto de 6% às 11h da manhã. A Qualicorp tinha na época valor de mercado em torno de R$ 8,5 bilhões.

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Criada em 1997, a Qualicorp foi pioneira na oferta de planos de saúde coletivos por adesão, que reúne pessoas de acordo com sua profissão, em conjunto com entidades de classe.

Na época a companhia possui acerca de 2,5 milhões de beneficiários na sua base de segurados de saúde, com acordo com mais de 500 entidades de classe, representando 32 mil empresas.

Júnior deixou o comando da Seripieri em novembro 2019, com a conclusão da venda de sua participação de 10% para a Rede D’Or, que se tornou a maior acionista.

Governo PT ofereceu vantagens a operadora de saúde de planos de saúde

A prisão de Junior ocorreu em um desmembramento da Lava jato, ele foi acusado por corrupção por lavagem de dinheiro. No seu acordo de colaboração premiada, Júnior teria relatado que ele conseguiu nomear um ex-presidente da sua empresa de planos de saúde, a Qualicorp, para a agência nacional de saúde, no governo da Dilma Rousseff.

Se você não entendeu o problema, a empresa regulada e fiscalizada de Júnior passou a dar ordem e regular o mercado de saúde, centro do próprio órgão.

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Assim, Junior através da pessoa que ele colocou para cuidar das regras e controles das empresas de saúde do Brasil, determinava o que queria para sua empresa Qualicorp. Ele fiscalizava e erra fiscalizado a mesma pessoa, o que é absurdo.

Crescimento meteórico e investigação da CVM

Júnior, em 2020 com 52 anos, era um vendedor bem-sucedido de planos de saúde, carreira que assumiu depois de frustradas tentativas para passar no vestibular para medicina, quando fundou a Qualicorp.

Gago, ele enfrentou dificuldades para vender planos de saúde por telefone no início da carreira, mas se mostrou um hábil vendedor no “porta a porta”. Na época, contou com a ajuda de um amigo rico da família, Milton Afonso, fundador da Golden Cross, pioneira em planos de saúde suplementar no país.

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A Qualicorp teve forte crescimento ao longo dos anos 2000, a ponto de atrair o interesse de grandes empresas americanas de private equity (especializadas em adquirir participações de empresas de capital fechado). Sucessivas operações valorizaram rapidamente a companhia.

Em 2008, o americano General Atlantic (GA) comprou cerca de 40% da Qualicorp por US$ 100 milhões. Dois anos mais tarde, o também americano Carlyle adquiriu a fatia de 40% da GA e outros 30% que estavam nas mãos de Seripieri por estimado R$ 1,1 bilhão.

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Novo salto foi dado no ano seguinte, quando a Qualicorp abriu seu capital na bolsa O IPO da companhia captou R$ 1,1 bilhão. A operação alçou Júnior ao clube dos bilionários brasileiros.

Há pouco menos de quatro anos, Seripieri acertou uma operação com a Qualicorp que foi criticada por investidores e que gerou a abertura de uma investigação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), responsável por regular o mercado de capitais. Ele recebeu R$ 150 milhões da empresa que comandava em um acordo em que se comprometia a não criar um concorrente num período de seis anos.

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No dia seguinte ao anúncio do acordo, as ações da Qualicorp despencaram 30% na bolsa. Acionistas minoritários e a XP Gestão reclamaram do acerto, que beneficiaria Júnior em detrimento da empresa. Diante da reação negativa, Júnior se ofereceu para reinvestir os R$ 150 milhões na Qualicorp.

Deltan Dallagnol, foi procurador da justiça nos casos da lava jato, em seu vídeo nas redes sociais questiona, “por que o governo do PT permitiu isso? Será que os favores de Júnior são tão gratuitos assim? Esse acontecimento, lembra outros, do No mensalão, bancos entregaram milhões e drogas de atos governamentais favoráveis no petrolão, empreiteiras pagaram milhões por favores contratuais. No BNDES, aconteceu o mesmo tipo de troca. Esse tipo de associação espúria entre políticos e empresários para perpetuar os seus domínios e saquear a população”.

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Nas explicações do esquema de corrupção do PT e que Lula já traz a tona novamente logo na segunda semana pós eleições é chamado pelos os estudiosos de capitalismo de compadrio. “No Brasil, o PT sonha com o comunismo e executa o compadrio. Essa é a sua especialidade. No compadrio, os políticos ganham polpudas doações para suas campanhas e, assim, eles mantêm e ampliam seu poder. Já os grandes empresários conseguem benefícios governamentais que garantem o seu crescimento em prejuízo dos concorrentes e da inovação, da eficiência econômica. E todos perdem com isso, a política, a economia, especialmente nós brasileiros”, afirma Dellagnol.

Lula está mostrando que aprova a corrupção e se relaciona bem com ela

“A carona no avião do amigo, por si só não é legal, mas parece mais o mesmo não só por causa do passado, mas por causa do presente. Logo que foi anunciado o resultado das eleições, Lula discursou ao lado do deputado petista José Guimarães, que teve o seu chefe de gabinete preso com 100 mil dólares escondidos na cueca. Guimarães foi acusado, mas foi livrado em 2021 pela prescrição. No passado, o Lula dizia que não sabia. Pelo menos 27 dos seus ministros, companheiros de aliados, foram presos e ele não sabia. E agora, como alegar que ele não sabe do passado sobre o de vários homens da equipe de transição que tá lá na internet disponível? Eu não sei. Uma rápida pesquisa mostra que 19 nomes da equipe dentre os 71 da lista divulgada em 10 de novembro, foram delatados, investigados ou acusados ou até mesmo condenados. Mais de um quarto. Ali estão nomes como Gleisi Hoffmann, Guido Mantega, André ceciliano, Renan Calheiros, Jader Barbalho e Paulo Bernardo. Para ficar dentre os mais conhecidos, afinal, se até o presidente e o seu vice podem ser pessoas processadas ou até ter sido condenadas por crimes, por que aqui membros da sua equipe não poderiam? Não se trata aqui de julgar essas pessoas que eu mencionei, são culpadas ou inocentes. A definição da sua culpa é de responsabilidade da justiça. Trata-se aqui de compreender a mensagem que essas ações de Lula passa. Programas integridade, mandou suspender o romper relações com os criminosos ou com investigados. Isso é feito inclusive para proteger a reputação e evitar a vergonha e a censura pública. As ações de rua, a carona no jatinho, o discurso da Vitória e a equipe de transição declararam aos 4 ventos que a corrupção compensa. A aparência de corrupção passou a ser aceita como normal. O PT normalizou a corrupção? A associação com possíveis corruptos não corram o rosto de Lula. Depois de mensalão, inova jato para Lula, que foi condenado em 3 instâncias por corrupção e eleito presidente. Depois disso, a corrupção não é motivo de vergonha ou de risco. Deputa acional. Como dizem, a palavra convence o exemplo raça. No Brasil, o mau exemplo vem de cima, milhões serão arrastados pelo mau exemplo. Se roubar não é motivo para vergonha. O que que seria? Se você gostou dessa análise, se ela contribuiu para você entender um pouco melhor“, afirma Deltan.

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A viagem no jatinho não foi o único presente ao PT neste ano

A polêmica viagem ao Egito feita em seu jatinho particular não foi o único agrado dado pelo empresário José Seripieri Filho, dono da operadora QSaúde, ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Considerando o período de campanha eleitoral e o que antecedeu o início oficial da disputa, Júnior, como o empresário é conhecido, dou R$ 2 milhões para o Partido dos Trabalhadores em 2022.

Segundo a prestação de contas apresentada pela sigla ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), R$ 615 mil foram repassados para a conta do diretório nacional do PT em duas transferências feitas em julho e agosto, antes do início oficial da campanha.

Depois do início da disputa eleitoral, Junior fez outras três transferências. Uma de R$ 660 mil para a conta do diretório nacional, em setembro, e outra de R$ 500 mil para a conta da própria campanha de Lula, em outubro.

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Houve ainda uma terceira doação para Thainara Faria, que se elegeu deputada estadual em São Paulo pelo PT com o apoio do prefeito de Araraquara, Edinho Silva, um dos coordenadores da campanha de Lula, e agora na equipe de transição.

Lula embarcou no jatinho de Seripieri Filho na segunda-feira (14/11) para participar da COP 27, a conferência da ONU sobre o clima. No mesmo dia, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que não se tratava de um empréstimo, mas de uma carona, uma vez que o empresário estava junto com o presidente eleito na aeronave.

Na quinta-feira (17/11), deixou o Egito com destino a Portugal sem explicar o uso do jatinho do empresário.

Junior é amigo de Lula, a ponto de ter sido convidado para o casamento do petista com a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, em maio,

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Em 2020, o empresário chegou a ser preso na Operação Lava Jato, acusado de pagar caixa 2 para campanhas de políticos de diferentes partidos nas eleições de 2014, entre eles a do senador José Serra (PSDB-SP).

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Após ser solto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele fez um acordo de delação premiada com a PGR e pagou multa de aproximadamente R$ 200 milhões. Um valor a ser pago que parece dinheiro de pinga, diante da quantidade desembolsada para o PT.

Um almoço no restaurante de comida brasileira Cícero, em Lisboa, na tarde desta sexta-feira (18/11), reuniu Lula, Fernando Haddad, Gilmar Mendes e o empresário José Seripieri Júnior, fundador da Qualicorp e dono da QSaúde, que deu carona ao presidente eleito na viagem à COP 27, no Egito.