Gestora CSHG perde espaço para outros bancos devido a temores com Credit Suisse. Os desdobramentos da crise global enfrentada pelo Credit Suisse começam a respingar também no mercado financeiro brasileiro. A gestora Credit Suisse Hedging-Griffo, mais conhecida como CSHG, controlada pelo tradicional banco suíço, está perdendo fundos para outros bancos e gestoras.
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O movimento se concentra nos fundos exclusivos, que possuem apenas poucos investidores, não estando abertos para o público em geral. As carteiras costumam ser utilizadas como ferramenta para as atividades de gestão de fortunas (wealth management), expertise da gestora. Em geral, abrangem os recursos de indivíduos ou famílias endinheiradas, que têm demonstrado descontentamento – além de receio – com a situação enfrentada pela matriz. Os bancos e corretoras concorrentes já ficaram de olho para abocanhar uma fatia deste mercado, e através de suas próprias mídias sugerem aos investidores sobre o assunto.
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Um total de 104 fundos exclusivos originalmente geridos pela CSHG foram transferidos para outras instituições financeiras ao longo deste ano, até a última quarta-feira (16). As carteiras têm patrimônio entre R$ 5 milhões e R$ 790 milhões, segundo dados da plataforma Comdinheiro, e migraram tanto para grandes bancos
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Contudo, no mesmo período de 2021, outros 88 fundos da CSHG já haviam mudado de gestor. Ainda não configura uma sangria – mas, de acordo com um executivo que preferiu não se identificar, o número pode crescer nos próximos poucos meses. “Não há prazo regulatório para a transferência de fundos exclusivos. Após acertada a migração, o processo pode demorar de dois a três meses porque envolve muitos prestadores de serviços [como administradores] que precisam conversar”, afirma. A movimentação só se refletirá nas estatísticas daqui a um tempo.
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Entretanto, a gestora em comunicado ao mercado, reforçou que os bens e direitos integrantes do patrimônio dos fundos, “em especial os bens imóveis mantidos sob a propriedade fiduciária da instituição administradora, bem como seus frutos e rendimentos, não se comunicam com o patrimônio desta”.
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Diante da segregação do patrimônio, os resultados e a distribuição de dividendos dos FIIs administrados pela corretora seguirão normalmente, “uma vez que os recebimentos de locações, créditos e todos os demais direitos dos FIIs não têm correlação e não são compostos por títulos de emissão do Grupo Credit Suisse”, segundo a instituição.