Pacheco ameaça manifestantes após críticas sobre sua atuação na Presidência do Congresso. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou, neste sábado (28), em nota, que “nunca abriu mão do equilíbrio” e que tomará as medidas necessárias contra “os golpistas criminosos”.
Pacheco não considerou a possibilidade de eleitores seus de Minas Gerais estarem presos injustamente, apenas por estarem no acampamento em frente ao QG do exército em Brasília, como ocorreu com diversas pessoas, até mesmo médicos que lá estavam atendendo gratuitamente pessoas que precisavam.
“Declarações que demonstram afastamento da realidade e desconhecimento do cotidiano da Presidência do Senado, que nunca abriu mão do equilíbrio e da busca pelo diálogo. Vamos tomar as medidas necessárias contra os golpistas criminosos e aguardar que a Justiça brasileira decida quem são realmente os culpados”, declarou Pacheco.
A declaração foi dada após evento do PL neste sábado que confirmou a formação de um bloco parlamentar de apoio à candidatura do senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) à presidência do Senado. Marinho é o principal adversário de Pacheco na disputa.
Existe uma mobilização imensa da sociedade inclusive com abaixo assinado contra a recondução de Pacheco à presidência do Senado, pelas razões mencionadas no evento do PL. O abaixo assinado até o momento desta publicação já contava com mais de 600 mil assinaturas, pode ser visto e assinado no link.
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No evento, houve várias críticas a Pacheco. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por exemplo, disse que, “se nós vimos tudo acontecer nos últimos meses, é porque talvez quem estivesse na cadeira do Senado não teve a capacidade ou a visão para buscar essa pacificação e promover o diálogo”.
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O ex-líder do governo do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), afirmou que “o que aconteceu no dia 8, aconteceu porque todas as lideranças falharam”. Em 8 de janeiro, centenas de manifestantes invadiram e depredaram as sedes do Executivo, Legislativo e do Judiciário, em Brasília.
Portinho atribuiu a culpa ao Executivo sob o comando do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao Judiciário e, em especial, ao presidente do Congresso, função pelo qual o presidente do Senado também responde.
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“O governo já era governo no dia 8, o Executivo falhou, o Judiciário falhou e, principalmente, a presidência do Congresso falhou. Se a gente insistir nas mesmas soluções, teremos os mesmos erros”, disse.
O próprio Marinho discursou que o Senado “não pode se omitir” e que os senadores não podem “aceitar a censura prévia”. Isso porque há críticas à maneira como Pacheco têm recebido ordens do Judiciário que afetam a Casa.
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O adversário de Pacheco também criticou que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado tem se reunido de forma escassa.
“Olha o que aconteceu com o Senado da República sob a administração do Rodrigo Pacheco. Quando isso acontece, não é por acaso que esse ano que passou nós tivemos o menor nível de renovação de mandatos da história do Senado da República. O que está havendo é diversos senadores incomodados com essa situação.”
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O líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), disse que a “população brasileira como um todo, e a classe política, se sente desconfortável com o que a presidência do Senado Federal representa hoje”
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