A semana entre os dias 16 e 21 de março será de decisões das taxas de juros dos Bancos Centrais de Brasil, EUA, Japão, China e Reino Unido. A expectativa é de manutenção em todos eles, o mercado vai monitorar, dessa forma, os comunicados e, nas autoridades monetárias que tem a tradição de entrevista coletiva após as decisões, nos comentários dos presidentes de cada um deles.
As manifestações pela anistia dos presos políticos em Copacabana também deve mover o país, devido a forte adesão de milhares de brasileiros mostrando insatisfação com as instituições brasileiras.
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A quarta-feira 19 realmente merece a alcunha de Super Quarta, tradicionalmente usada no mercado brasileiro quando há a dobradinha de anúncio de taxa de juros no Brasil e nos EUA. Além dos dois países, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) vai divulgar a decisão de política monetária no começo da madrugada de terça para quarta (horário de Brasília), enquanto a do Banco Popular da China será na quarta-feira à noite. Já o Banco da Inglaterra (BoE) apresenta a sua decisão na quinta-feira pela manhã.
O mercado tem expectativas distintas para cada decisão, já que cada uma dessas economias passa por momentos e desafios diferentes. O único fator de fonte de incerteza para cada Banco Central são os anúncios ou ameaças intempestivas de tarifas sobre importações do presidente dos EUA, Donald Trump, para os produtos de outros países. Além disso, Trump reitera a adoção de tarifas retaliatórias para todos os países em 2 de abril.
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No Brasil, a expectativa do mercado é a confirmação do forward guidance do Comitê de Política Monetária (Copom) estabelecido na reunião de dezembro, quando contratou duas altas de 1 ponto percentual nos dois encontros seguintes. A reunião deste mês é a segunda após a reunião de dezembro. A dúvida dos investidores é o teor do comunicado em relação às próximas decisões, especialmente à taxa terminal deste atual ciclo de aperto monetário, a magnitude das próximas altas (se houver) e como o colegiado avalia a economia brasileira em meio:
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À desaceleração da atividade econômica.
Dólar mais baixo.
Trajetória de endividamento público melhor do que o esperado (embora com risco fiscal presente com a tendência de crescimento forte da dívida pública).
Mas, com o mercado de trabalho ainda robusto.
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E a inflação acima do teto superior de 1,5 ponto percentual em relação à meta de 3% com perspectiva de manutenção neste patamar ao longo do primeiro semestre.
A expectativa de inflação no Brasil continua e está em um nível acima do teto superior da meta de inflação.
Nos EUA, a dúvida é a direção dos próximos passos do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). Hoje, ganha a força no mercado três cortes de juros de 0,25 ponto percentual ao longo de 2025, com a perspectiva de desaceleração da economia dos EUA em meio à queda de confiança dos consumidores, além de um mercado de trabalho que esteja deixando de estar apertado. Além disso, a inflação caminha, ainda que lentamente, à meta de 2% ao ano.
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As ameaças e aplicações de tarifas de Trump podem jogar água no chope neste cenário com risco de reaceleração da inflação, pois as tarifas podem elevar o nível de preços, um efeito contrário ao pretendido por Trump, de que as tarifas seriam pagas pelos países exportadores. Por isso, ganha importância as Projeções Econômicas do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), com as medianas das estimativas de cada membro do Fed em relação à inflação ao consumidor, mercado de trabalho, PIB e, principalmente, as taxas de juros deste ano até 2027.
O documento das Projeções Econômicas do Fomc será divulgado junto com a taxa de juros na quarta-feira à tarde, que deve elucidar o quão cauteloso estará a autoridade monetária dos EUA em relação a cortes, manutenção e até alta de juros no curto prazo, e qual variável do duplo mandato do Fed na política monetária (estabilidade de preços e pleno-emprego) terá maior ênfase.
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No Japão, o crescimento dos salários e a inflação se encaminhando para a meta devem manter o tom duro do BoJ. Com a provável manutenção da taxa de juros no país, a expectativa do mercado é a sinalização de quando haverá um novo aumento de juros no país, que deve ser provavelmente em maio. No Reino Unido, o nível de preços mais elevado na última leitura deve manter a taxa de juros em 4,5% ao ano, enquanto na China a manutenção se dará em meio à retomada, mas lenta, da economia do país sob um cenário de deflação de preços.
Além das decisões dos Bancos Centrais, o investidor brasileiro ficará de olho na continuação da temporada de balanços de empresas brasileiras com ações negociadas na B3 (BVMF:B3SA3). O destaque da semana serão os resultados do 4º trimestre de 2024 de Hapvida (BVMF:HAPV3), Vivara (BVMF:VIVA3), Cemig (BVMF:CMIG4), Taesa, Energisa (BVMF:ENGI11), Cyrela (BVMF:CYRE3) e Yduqs.
Empresas que vão divulgar resultados
Empresa | LPA / Projeção | Receita / Projeção |
Segunda-feira, 17 de março de 2025 | ||
Itaúsa PN (ITSA4 (BVMF:ITSA4)) | R$ 0,3714 | R$ 4,22B |
Allos ON (BVMF:ALOS3) | R$ 0,47 | R$ 813,77M |
Mahle Metal Leve ON (BVMF:LEVE3) | R$ 0,6167 | R$ 1,08B |
YDUQS ON (BVMF:YDUQ3) | R$ 0,0864 | R$ 1,27B |
Grupo SBF ON (BVMF:SBFG3) | R$ 0,6212 | R$ 2,15B |
Desktop ON (BVMF:DESK3) | R$ 0,4422 | R$ 302,73M |
Terça-feira, 18 de março de 2025 | ||
Energisa Unit (ENGI11) | R$ 1,08 | R$ 7,63B |
Fras-Le ON (BVMF:FRAS3) | N/D | R$ 7,01B |
Vivara ON (VIVA3) | R$ 0,9198 | R$ 960,76M |
Ecorodovias ON (BVMF:ECOR3) | R$ 0,33 | R$ 1,7B |
Profarma ON (BVMF:PFRM3) | N/D | R$ 897,51M |
Estapar ON (BVMF:ALPK3) | R$ 0,0404 | R$ 410,72M |
Taesa Unit (TAEE11 (BVMF:TAEE11)) | R$ 0,91 | R$ 934M |
Blau Farmacêutica (BLAU3) | R$ 0,4033 | R$ 468,8M |
Quarta-feira, 19 de março de 2025 | ||
Petrorecôncavo ON (RECV3 (BVMF:RECV3)) | R$ 0,75 | R$ 880,98M |
Guararapes ON (BVMF:GUAR3) | N/D | R$ 3,66B |
Randon PN (BVMF:RAPT4) | R$ 0,2783 | R$ 2,9B |
Lavvi ON (BVMF:LAVV3) | R$ 0,65 | R$ 717,7M |
Mater Dei ON (MATD3) | R$ 0,1053 | R$ 497,18M |
Unifique ON (FIQE3) | N/D | R$ 1,2B |
Moura Dubeux ON (BVMF:MDNE3) | N/D | R$ 1,07B |
Positivo ON (POSI3 (BVMF:POSI3)) | R$ 0,3574 | R$ 1,1B |
Enjoei ON (BVMF:ENJU3) | R$ -0,04 | R$ 69M |
Livetech ON (LVTC3) | R$ 0,0813 | R$ 257,46M |
Infracommerce ON (BVMF:IFCM3) | R$ 0,0198 | R$ 364,81M |
Westwing ON (BVMF:WEST3) | N/D | R$ 54,88M |
Time For Fun ON (SHOW3 (BVMF:SHOW3)) | N/D | R$ 49,21M |
Hapvida ON (HAPV3) | R$ 0,05 | R$ 7,49B |
Quinta-feira, 20 de março de 2025 | ||
Cemig PN (CMIG4) | R$ 0,4278 | R$ 9,2B |
Eneva ON (BVMF:ENEV3) | R$ 0,11 | R$ 2,37B |
Hypera ON (BVMF:HYPE3) | R$ 0,2448 | R$ 1,67B |
Cyrela ON (CYRE3) | R$ 0,8642 | R$ 1,97B |
Brava ON (BRAV3 (BVMF:BRAV3)) | R$ -0,1171 | R$ 2,24B |
Mills ON (MILS3 (BVMF:MILS3)) | R$ 0,3251 | R$ 436,12M |
Petz ON (PETZ3 (BVMF:PETZ3)) | R$ 0,05 | R$ 934,45M |
Movida ON (BVMF:MOVI3) | R$ 0,1948 | R$ 3,65B |
Bemobi ON (BVMF:BMOB3) | R$ 0,333 | R$ 156M |
Wiz ON (BVMF:WIZC3) | R$ 0,2773 | R$ 258,39M |
Melnick ON (BVMF:MELK3) | N/D | R$ 789,33M |
Ânima ON (ANIM3 (BVMF:ANIM3)) | R$ -0,045 | R$ 910,6M |
Zamp ON (BVMF:ZAMP3) | R$ 0,2289 | R$ 1,35B |
Espaçolaser ON (ESPA3 (BVMF:ESPA3)) | R$ 0,02 | R$ 257,92M |
Helbor ON (BVMF:HBOR3) | N/D | R$ 228,23M |
TC ON (TRAD3) | N/D | R$ 218,37M |