O teto de reajuste de 6,06% aprovado pela ANS para os planos de saúde individuais e familiares ficou acima da inflação oficial do período. O IPCA acumulado nos últimos 12 meses até maio de 2025 foi de 5,32%. Portanto, o índice autorizado pela ANS supera a variação da inflação medida pelo IPCA no mesmo intervalo.
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ANS aprova limite de 6,06% para reajuste anual de planos de saúde em 2025
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) definiu, em 23 de junho de 2025, o teto de 6,06% para o reajuste anual dos planos de saúde individuais e familiares. O índice vale para o período de maio de 2025 a abril de 2026 e impacta cerca de 8,6 milhões de beneficiários em todo o Brasil, o que representa aproximadamente 16,4% dos consumidores de planos médicos no país.
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Como funciona o reajuste
- O reajuste de até 6,06% pode ser aplicado pelas operadoras no mês de aniversário do contrato, ou seja, no mês em que o plano foi contratado.
- Para contratos com aniversário em maio ou junho, a cobrança do novo valor pode começar em julho ou, no máximo, em agosto, com aplicação retroativa ao mês de aniversário.
- O índice é válido apenas para planos individuais e familiares contratados a partir de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656/98. Não se aplica a planos coletivos empresariais ou por adesão.
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Por que o reajuste foi definido em 6,06%?
Segundo a ANS, o percentual leva em conta o aumento das despesas assistenciais das operadoras em 2024, que subiram 9,35% em relação a 2023, muito acima da inflação divulgada pelo governo Lula. O cálculo considera tanto o custo dos procedimentos médicos quanto a frequência de uso dos serviços pelos beneficiários, além de fatores como inflação e incorporação de novas tecnologias no rol de coberturas obrigatórias.
A diretora-presidente interina da ANS, Carla Soares, destacou que o objetivo é equilibrar a proteção do consumidor contra aumentos abusivos e a sustentabilidade do setor de saúde suplementar.
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Histórico de reajustes dos planos de saúde
- 2023: 9,63%
- 2024: 6,91%
- 2025: 6,06% (atual)
Planos de saúde apresentam recorde de lucro no governo Lula
Em 2023, os planos de saúde registraram um lucro líquido de aproximadamente R$ 3 bilhões. Já em 2024, o setor teve um salto expressivo, alcançando um lucro líquido de R$ 11,1 bilhões, o que representa um aumento de 271% em relação ao ano anterior.
Mais especificamente, o segmento das operadoras médico-hospitalares, que é o principal dentro do setor, teve lucro líquido de cerca de R$ 10,2 bilhões em 2024, um crescimento de mais de 429% comparado a 2023, quando o lucro foi de R$ 1,9 bilhão.
Esse resultado positivo em 2024 foi impulsionado principalmente pela recuperação operacional das grandes operadoras, que reajustaram mensalidades acima da variação dos custos assistenciais, além da remuneração das aplicações financeiras, que somaram R$ 120 bilhões ao final de 2024, embora com queda de 23,7% em relação a 2023.
Portanto, o setor de planos de saúde apresentou uma forte recuperação financeira em 2024, revertendo o cenário mais modesto de 2023.
O que fazer se o reajuste for maior que o permitido?
Os consumidores devem conferir se o percentual aplicado no boleto é igual ou inferior ao limite de 6,06% e se a cobrança está sendo feita a partir do mês de aniversário do contrato. Em caso de irregularidades, é possível registrar reclamações nos canais oficiais da ANS, como o Disque ANS (0800 701 9656) ou pelo site oficia.
Portabilidade como alternativa
Com o novo reajuste, a portabilidade de carências pode ser uma opção para quem deseja buscar planos mais acessíveis e evitar aumentos, desde que cumpridos os requisitos exigidos pela legislação.