Banco Central indica possibilidade de não elevar os juros no primeiro trimestre. No entanto, o BC explicou que o peso do quadro inflacionário em 2022 será mais relevante para sua atuação. Desta forma, indicou que, com as projeções para inflação daquele ano na meta, seu compromisso de não subir os juros poderá cair a partir de então.
Entretanto, vale lembrar que na última semana o BC manteve a Selic em sua mínima histórica de 2% ao ano pela terceira reunião consecutiva do Copom. Na data, destacou que as condições para seu compromisso de não elevar os juros básicos –via forward guidance– podem “em breve” não estar mais satisfeitas.
Vale considerar, no entanto, que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que o BC buscou ser transparente em relação ao forward guidance. E explicou a existência de dois componentes para análise de sua eventual retirada. “Um componente é a inflação de 2021, que nós reconhecemos que teve uma subida”, disse. “E outro (componente) é que a gente tem uma janela de tempo, à medida que ela vai percorrendo você passa a dar menos importância em 2021 e mais em 2022 e, ressaltando, (para) 2022 hoje as expectativas de inflação estão na meta.”
Perspectivas
Contudo, segundo as palavras de Fabio Kanczuk, diretor de política econômica do BC. “No primeiro trimestre do próximo ano o peso de 22 começa a ser maior que o peso de 21. No segundo trimestre do próximo ano o foco é na inflação de 22 e assim por diante”.
A afirmação de Kanczuk aconteceu ao ser questionado em coletiva de imprensa sobre a mudança de pesos relativos dos anos no horizonte relevante para o BC. Em comunicado, o BC citou especificamente uma reversão da tendência de queda das expectativas e inflação. Isto, em relação às metas para o horizonte relevante. Além do fato de 2022 ganhar relevância “ao longo dos próximos meses”, sem especificar.
Entretanto de acordo com programação, as reuniões do primeiro trimestre do Comitê de Política Monetária (Copom) acontecem em 19 e 20 de janeiro e em 16 e 17 de março.
Ainda por meio do comunicado, o BC se comprometeu a não elevar a Selic. Desde que algumas premissas fossem mantidas. São elas, expectativas de inflação e projeções de inflação de seu cenário básico abaixo da meta para o horizonte relevante de política monetária. Além de não alteração do regime fiscal e ancoragem das expectativas de inflação de longo prazo.