A Polícia Federal investiga uma suposta fraude de R$ 300 milhões no BNDES, envolvendo a fintech I9Pay e o lobista Christian Simões, que usou documentos falsos para inflar o capital da empresa e solicitar um empréstimo. A I9Pay operava como fachada para atividades ilícitas. O compliance do BNDES barrou o pedido, mas a investigação continua em segredo de Justiça.
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A Polícia Federal investiga uma suposta fraude no BNDES relacionada a um pedido de R$ 300 milhões. Conforme divulgado pelo Metrópoles, a fintech I9Pay apresentou a solicitação com base em documentos que inflavam o capital da empresa e mascaravam déficits financeiros.
Esse episódio faz parte da Operação Concierge, deflagrada em 2024, e teve novos desdobramentos com a Operação Wolfie. De acordo com a PF, os envolvidos utilizaram documentos falsos para apresentar uma realidade financeira inexistente, caracterizando uma tentativa de empréstimo fraudulento junto ao BNDES. Diante disso, os agentes intensificaram a análise das comunicações trocadas entre os suspeitos, incluindo mensagens enviadas pelo lobista Christian Simões, que alegava ter influência no banco.
Christian Márcio Simões foi preso pela Polícia Federal na Operação Wolfie, deflagrada em outubro de 2024, como desdobramento da Operação Concierge. A investigação apura uma tentativa de fraude de R$ 300 milhões contra o BNDES, envolvendo o uso de documentos falsificados.
Fintechs investigadas por fraude no BNDES e lavagem de dinheiro
Ainda segundo a reportagem, a fintech I9Pay integra um grupo de empresas investigadas por fraude no BNDES e práticas de lavagem de dinheiro. Nesse contexto, essas organizações operavam como empresas de fachada, oferecendo serviços bancários sem qualquer autorização do Banco Central.
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Assim, as plataformas supostamente permitiam movimentações financeiras sigilosas, facilitando operações ilícitas e servindo a empresas ligadas ao PCC. A PF calcula que mais de R$ 7,5 bilhões circularam por esse sistema, o que configura uma das maiores redes de fraude financeira do setor.
Compliance interno impediu fraude
O pedido de crédito foi barrado ainda na fase de análise. O Metrópoles destacou que o compliance bancário do banco detectou a fraude no BNDES antes da liberação de qualquer recurso. Por esse motivo, o banco se posicionou como vítima da tentativa de golpe e informou colaborar com as autoridades.
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Nas conversas obtidas pela PF a mesma afirma que, o lobista mencionava ter uma “boquinha no BNDES” e prometia a liberação dos recursos até outubro. Mesmo com essas alegações, os investigadores ainda apuram a veracidade da suposta intermediação ilícita. Até agora, a Polícia Federal não localizou registros de entrada de Simões na instituição.
Segundo as investigações da PF, Christian Simões atuava como intermediário entre empresários de fintechs e o BNDES, alegando ter proximidade com funcionários da instituição. Ele prometia facilitar a aprovação de empréstimos milionários através de seus supostos contatos no banco estatal .
As autoridades obtiveram acesso às comunicações entre Simões e Patrick Burnett, proprietário da fintech I9Pay, uma das empresas investigadas por lavagem de dinheiro. Em uma das mensagens, o lobista afirma: “Agora vou abrir o coração pra você: conversei com a Tainá e você tem lá trezentos milhão mesmo viu meninão! Vou buscar esse dinheiro pra você, tá?”.
Em outras conversas interceptadas, Simões mencionava ter uma “boquinha no BNDES” e prometia a liberação dos recursos até outubro. O lobista também demonstrava preocupação em manter seus supostos contatos, declarando: “Não quero queimar essa boquinha minha do BNDES”.
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Atualmente, a investigação segue em segredo de Justiça. Entretanto, sem explicações o conteúdo foi acessado exclusivamente pelo Metrópoles, que detalhou o esquema de tentativa de fraude no BNDES, reforçando o papel do banco como colaborador ativo das apurações.