As tarifas de importação de 25% impostas por Donald Trump ao setor automotivo vão mexer na cadeia global do setor e afetar investimentos no Brasil. Embora o País não exporte uma quantidade expressiva de veículos para os Estados Unidos, a expectativa é de que, com a política tarifária da Casa Branca, investimentos das montadoras sejam deslocados para os EUA.

MAIS: Warren Buffett é um dos raros bilionários que ficou mais rico com a recente queda de ações americanas

Além disso, o Brasil precisará lidar com uma maior entrada de carros importados de países que tradicionalmente exportam muito para os EUA, como México, Canadá e Coreia do Sul. Os alertas foram feitos pela nesta terça-feira, 8, em entrevista à imprensa.

A preocupação acontece em especial com o México. “México possui livre-comércio com o Brasil e tem menor custo de produção de veículos”, apontou o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite.

AINDA: Desembargador e advogado de defesa é detido e proibido de entrar…

Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News: Clique aqui. Acompanhe-nos pelo Canal do Whastapp. Clique aqui

AINDA: Falta de diplomacia de Lula faz Brasil perder ao menos US$ 1,5 bilhões em exportação com tarifa de Trump sobre o aço. Bolsonaro evitou…

No último ano, as vendas de veículos mexicanos para os EUA foi de 3,2 milhões de unidades. Além disso, aqui, o setor de autopeças deverá ser impactado pela elevação tarifária, por conta da importância dos EUA no saldo comercial.

LEIA: Endividamento dos brasileiros tem alta consecutiva antes mesmo do novo consignado de Lula que compromete o FGTS

Por isso, a Anfavea acredita que os investimentos anunciados por montadoras no Brasil podem sofrer uma revisão em razão desse novo cenário imposto. Para a entidade, se ocorrer um desbalanceamento nas trocas comerciais, com aumento excessivo de importações, o País precisará elevar suas tarifas e criar um sistema de cotas para proteger a indústria local.

VEJA: Negociação entre Banco Master e Banco Estatal BRB vira alvo de investigação do MPF do Distrito Federal

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, avaliou positivamente o desempenho da diplomacia brasileira com os Estados Unidos até o momento. “O Brasil é país amigo de todos os demais países, segue negociando. O que sempre pedimos ao governo é que haja tratamento de forma a não prejudicar nossos investimentos” apontou.

MAIS: SulAmérica Saúde processa namorado de Sandy por suposta fraude

Segundo a entidade nos Estados Unidos, a política tarifária de Trump vai provocar no curto prazo uma queda do mercado em 1 milhão de veículos (de 15,9 milhões para 14,9 milhões), com estimativa de elevação do preço entre US$ 3 mil e US$ 12 mil. Também deve haver uma elevação da inflação de custos que levará à redução do nível de emprego, da produção e das vendas.

MAIS; Correios sob Lula tem risco de insolvência, dá calote em fundo imobiliário e patrocina Lollapalooza e Gilberto Gil

A associação também prevê que as tarifas provocarão nos EUA um atraso na transição para veículos eletrificados, questão influenciada por investimentos em infraestrutura, estímulos fiscais e financeiros. No médio prazo, ou até mesmo no curto prazo, o prognóstico aponta para um deslocamento de investimentos para os EUA, gerando capacidade ociosa em outros países produtores, especialmente o México.

Na América Latina, o mercado vai sofrer com uma maior concorrência de produtos mexicanos, seja de veículos, seja de peças.