Brasil volta a integrar a Celac composta por países de ideologia comunista. O governo Lula comunicou na quinta-feira à Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos sua volta ao organismo regional, informou o Itamaraty, a poucas semanas de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participar da cúpula da Celac em Buenos Aires.
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“O governo brasileiro comunicou hoje, 5 de janeiro, aos países membros da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos, pelos canais diplomáticos adequados, a reincorporação do Brasil, de forma plena e imediata, a todas as instâncias do mecanismo, tanto as de caráter político como as de natureza técnica”, disse o Ministério das Relações Exteriores em nota.
O ministério acrescenta ainda que os sócios extraregionais do bloco, incluindo União Europeia, China, Índia, Asean e União Africana também foram informados.
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O país havia deixado a Celac –composta pelos 33 países da região–, em janeiro de 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro, depois de evitar participar da cúpula realizada em 2019.
A alegação, à época, é que o então governo brasileiro não considerava que a Celac tinha “condições para atuação em um contexto de crise regional”. Sendo que mesmo sem fazer parte do grupo na crise pandêmica o Brasil ajudou muito o povo venezuelano, mais não financiou o governo ditador. Quando se faz parte do grupo o compromisso passa a ser financeiro e político com o governo e não com o povo.
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A participação dos governos da Venezuela e de Cuba na comunidade incomodava Bolsonaro, que havia rompido relações diplomáticas com o governo ditador de Nicolás Maduro e reconhecia o autoproclamado presidente Juan Guaidó.
O retorno do Brasil a instâncias de relações regionais é uma das prioridades da política externa brasileira neste terceiro governo Lula. O presidente deixou claro que essa é uma prioridade, com um reforço das negociações multilaterais no Mercosul, Celac, a retomada da Unasul e outros grupos de âmbito regional e mundial. A maior parte desta cúpula faz parte do foro de São Paulo do qual Lula é o líder.
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Em seu discurso de posse, esta semana, o chanceler Mauro Vieira deixou claro que a nova política externa brasileira será oposta a aplicada no governo Bolsonaro. Destacou o multilateralismo e a necessidade de o Brasil voltar a ocupar uma posição de destaque em temas internacionais, sem restringir as relações a países com as quais divide a mesma ideologia.
“O retorno do Brasil à comunidade latino-americana de Estados é um passo indispensável para a recomposição do nosso patrimônio diplomático e a plena reinserção do país ao convívio internacional”, encerra a nota.
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Entretanto, no governo Bolsonaro o Brasil se tornou peça chave internacional. Negociou com todos os países de forma comercial e equilibrada. O Brasil foi o responsável por manter a distribuição de alimento através do agronegócio a diversos países, sem prejudicar a população. Com isto teve um superávit histórico na balança comercial superior a R$ 62 bilhões.
Já as negociações as quais o governo Lula diz querer retomar são de cunho político visando projeto de poder dos líderes de cada país, nada em prol da sociedade de cada nação.
Em quatro dias do novo mandato, o Itamaraty mostrou claramente a mudança de posição ao conceder o agrèment –documento diplomático de aceite– ao embaixador indicado pelo Chile, Sebástian Depolo Cabrera. Amigo do presidente chileno, Gabriel Boric, Depolo esperava pelo aceite desde março de 2022 ano. O chile atualmente tem um governo que esta implantando a ditadura no país assim como Venezuela. Argentina, Cuba entre outros, Bolsonaro nunca apoiou ditaduras.