Busca e apreensão na casa de análise Suno acende alerta. A casa de análise Suno foi alvo de operação de busca e apreensão por mandato expedido na 42ª Vara Cível de São Paulo na manhã desta terça-feira (14). O motivo é a investigação de suposta manipulação no mercado de fundos imobiliários. A empresa confirmou a ação da Justiça, mas nega irregularidades.
Em comunicado ao mercado, a administradora fiduciária do fundo imobiliário HCTR11, no centro do imbróglio, alegou que tomou as “medidas cabíveis para proteger os interesses da base de cotistas” do seu fundo.
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Ao contrário de divulgação que fizemos anteriormente, a Vórtx não é administradora da gestora Hectare.
As empresas alegam que a operação na Suno se dá “em cumprimento a uma decisão judicial proferida em ação de produção antecipada de provas”, e a busca e apreensão mirava “material em endereços residenciais e comerciais de determinados suspeitos”, conforme o comunicado.
A operação de busca e apreensão cumpriu a decisão judicial em três cidades onde a Suno possui escritórios: São Paulo, cidade da sede, Porto Alegre e Goiânia. O fundador da casa de análises, Tiago Reis, e dois analistas da empresa Vitor Duarte e Marcos Baroni também estão sob investigação. A motivação teria sido uma queda atípica em um fundo concorrente para beneficiar os fundos da própria casa.
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Em abril de 2022, o fundo HCTR11 teve oscilação atípica em suas cotas, com variação de quase 25% num intervalo curto de tempo. À época, a administradora fiduciária recebeu ofício da B3 questionando o que teria provocado as “oscilações anormais”.
“Após longa e criteriosa apuração realizada pela Hectare, foi possível identificar indícios da existência de uma campanha ilicitamente promovida nas redes sociais, aplicativos de mensagens e outros meios contra o HCTR11, a partir de publicações de determinados influenciadores digitais que traziam insinuações inverídicas e enganosas, carregadas de alarmismo, a respeito do Fundo”, diz o Fato Relevante da gestora.
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A empresa acusa a casa de análise de adotar manobras com o objetivo de “afugentar os investidores do HCTR11” em campanha difamatória durante o período de silêncio da oferta pública de cotas do fundo, o que teria impactado “consideravelmente o volume de negociação, a amplitude de variação de preço do ativo e, consequentemente, o valor de mercado das cotas do Fundo, em prejuízo de toda sua base de cotistas – em especial daqueles que encerraram suas posições e auferiram resultados desfavoráveis.”
Além de casa de análises, com a Suno Research, a empresa tem ainda uma gestora que já lançou fundos imobiliários e, mais recentemente, um Fiagro, no ano passado.
A Suno acrescentou, em sua defesa, que tem feito alertas sobre riscos de gestão do HCTR11 desde maio de 2021 por meio de “relatórios fundamentados e assinados por seus analistas” e que já havia solicitado à gestora mais transparência sobre sua gestão de risco, o que não ocorreu.
A XP Investimentos possui uma fatia no grupo Suno desde 2022. Por ser uma das minoritárias e não ter poder de ingerência sobre a Suno, a empresa não se manifestou sobre o assunto.
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