Em 2025, o governo comunista do Nepal impôs um bloqueio severo em 26 redes sociais populares, incluindo Facebook, Instagram, WhatsApp e X, alegando necessidade de combater a disseminação de fake news e discursos de ódio. A medida provocou uma intensa reação civil, principalmente entre os jovens da “Geração Z”, que dependem dessas plataformas para denunciar corrupção, organizar protestos e expressar suas demandas.
Em setembro de 2025, o Ministério de Comunicação e Tecnologias da Informação do Nepal anunciou que todas as redes sociais que não se registrassem legalmente e designassem representantes locais seriam bloqueadas no país, o mesmo que o governo Lula tem tentado fazer no Brasil. Apenas algumas plataformas, como TikTok e Viber, cumpriram a exigência e permanecem parcialmente acessíveis. A decisão seguiu um decreto da Suprema Corte local de 2023 que dizia querer regular as operações digitais e a população não aceitou a desculpa para censurar.
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Reação popular e protestos massivos
A censura digital, é um ataque direto à liberdade de expressão, gerou manifestações espontâneas e massivas em Katmandu e outras cidades. Milhares de jovens tomaram as ruas em protesto, denunciando também a corrupção endêmica, o nepotismo político e judiciário e a desigualdade socioeconômica.
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Durante os confrontos com a polícia, que usou munição real, balas de borracha e canhões de água, pelo menos 19 manifestantes morreram e centenas ficaram feridos. Construções simbólicas, como a sede do Parlamento, da Suprema Corte e residências de ministros, foram incendiadas pelos manifestantes.
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A queda do governo e revogação da censura
A pressão popular e a crise gerada pelos protestos levaram o primeiro-ministro comunista K.P. Sharma Oli a renunciar em 9 de setembro de 2025. A esposa do premiê foi morta queimada em sua casa durante os confrontos. Após a renúncia, o governo revogou o bloqueio às redes sociais, mas a instabilidade política e social permanece.
Ministros e deputados também deixaram seus cargos em bloco, e manifestantes declararam que “o Parlamento perdeu sua legitimidade”. A Suprema Corte do país também foi fechada pela população.
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Contexto socioeconômico e o papel das redes sociais
O Nepal é um dos países mais pobres da Ásia, com alto índice de desemprego juvenil (22%) e grande parte da população vivendo em condições precárias. A elite política é acusada de ostentar riqueza enquanto a maioria sofre dificuldades.
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As redes sociais, agora bloqueadas durante o conflito, eram o principal meio dos jovens se comunicarem e se organizarem nas ações contra o autoritarismo e a corrupção.
Repercussão internacional
Organizações como a Human Rights Watch condenaram o uso da força letal contra manifestantes e pedem investigação imparcial. A crise no Nepal tem sido comparada a movimentos recentes no Sul da Ásia, refletindo o desafio global do equilíbrio entre segurança, censura e liberdade de expressão.