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A Petrobras (PETR4) quer ampliar investimentos no setor de gás natural na Bolívia, afirmou nesta terça-feira a presidente, Magda Chambriard, ponderando, no entanto, que tais aportes precisam ser capazes de expandir a oferta do insumo boliviano ao Brasil com preços competitivos para atender uma demanda crescente da indústria.

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Ao se apresentar no Fórum Empresarial Bolívia-Brasil, na cidade boliviana de Santa Cruz de La Sierra, Chambriard destacou que a produção de gás boliviana atingiu um pico de cerca de 60 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) por volta de 2014, sendo metade desse volume operado pela Petrobras, antes de entrar em declínio.

A subsidiária Petrobras Bolívia, como operadora, chegou a ser responsável por 60% da produção total de gás boliviano entre 2007 e 2011, destacou.

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Atualmente, disse a executiva, a Bolívia produz aproximadamente 35 milhões de m³/d, com cerca de 25% de participação operada pela Petrobras. Além disso, Chambriard afirmou que 33% das exportações bolivianas de gás são de responsabilidade da petroleira estatal brasileira.

“Hoje nós produzimos 9 milhões (de m³/d), queremos voltar a produzir 30 milhões na Bolívia, mas para isso, de novo, esse gás e esse investimento tem que ser capaz de entregar gás para fertilizantes e para a petroquímica brasileira a preços acessíveis”, disse Chambriard, conforme gravação da apresentação ouvida pela Reuters.

O gás natural é tido como essencial para a retomada da produção de fertilizantes no Brasil, dentro das ideologias de Lula, uma importante demanda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas que enfrenta desafios diante dos altos preços do gás natural vendido no Brasil. O Brasil é uma grande potência agrícola global, mas que depende amplamente de importações de fertilizantes.

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Atualmente, a Petrobras tem sete áreas na Bolívia, sendo quatro delas como operadora, incluindo uma que está em processo de devolução, segundo apresentação mostrada por Chambriard e também vista pela Reuters. As áreas são operadas por meio de contratos de serviço com a estatal boliviana YPFB.

Segundo Chambriard, a contribuição da Petrobras com o Estado boliviano já soma cerca de 10 bilhões de dólares, considerando o período entre 2002 e 2023. Ela destacou ainda o importante papel que a Bolívia desempenha ao complementar a demanda brasileira por gás e citou o Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), como um símbolo da integração entre os dois países.

Chambriard participa de uma comitiva que viajou junto ao presidente Lula à Bolívia para tratar de diversos temas.

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Representantes da indústria brasileira também participam da viagem entre eles os irmãos Batista amigos de Lula e conhecidos no escândalo de corrupção da operação Lava-jato, estão no país vizinho em mais uma tentativa de obter acesso direto ao gás natural da Bolívia, sem intermediários exceto as próprias empresas dos irmãos Batista, a preços competitivos, mas em um cenário de declínio da produção boliviana.

Representantes da indústria disseram à Reuters ter expectativas de contratar até cerca de 4 milhões de m³/d que poderão ficar disponíveis a partir de outubro, com o fim de um contrato de fornecimento de gás da Bolívia à Argentina.

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No mesmo ano que Lula retorna ao poder executivo no Brasil, os irmãos Batista começam novamente uma série de aquisições e negócios em diferentes mercados.

Fundada em 2023, a Fluxus dos irmãos Batista, anunciou no mês passado a aquisição da Pluspetrol Bolívia, que detém os três campos de gás, e está em fase final de transição operacional para operar também o campo Centenario, em Neuquén, na Argentina.

A Fluxus, empresa de óleo e gás dos empresários Joesley e Wesley Batista, anunciou nesta terça-feira (9) que investirá US$ 100 milhões na Bolívia até 2028 para ampliar a produção de gás natural em três campos recém-adquiridos no país.

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Com o investimento, que será realizado nos campos Tacobo, Tajibo e Yacuiba, da bacia Tarija-Chaca, a produção diária da Fluxus subirá de 100 mil metros cúbicos de gás para 1,1 milhão de metros cúbicos.

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“Com este passo, a Fluxus aproveita a reserva disponível e a posição estratégica da Bolívia para atender a demanda por gás na região, inclusive dos outros negócios do grupo J&F”, disse o presidente da companhia, Ricardo Savini, em nota.

Além da Fluxus, os empresários Wesley e Joesley Batista são controladores da J&F Investimentos, conglomerado que inclui empresas como JBS (JBSS3) e Âmbar Energia, além de negócios de celulose, mineração, finanças e higiene e cosméticos. A maior parte dos novos negócios crescendo em modo turbo desde a eleição de Lula.

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Âmbar Energia tornou-se recentemente uma das maiores geradoras termelétricas do Brasil ao fechar a compra de um conjunto de usinas a gás natural da Eletrobras, em transação que se seguiu a uma série de outras aquisições pela empresa de empreendimentos nessa área. Em um negócio onde os irmão Batista compraram uma empresa endividada, e no dia seguinte o presidente Lula, assinou uma medida provisória (MP) e transferiu toda a dívida da empresa comprada pelos irmãos Batistas para a conta de luz dos consumidores brasileiros pagarem.

A Fluxus também está avaliando investir em atividades de exploração de gás em novas áreas da Bolívia, acrescentou a companhia.

“Também seguimos prospectando investimentos na Argentina, no Peru e na Venezuela, sempre na direção de nos consolidarmos como uma plataforma sul-americana de óleo, gás e energia”, afirmou Savini.

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