A China parece ter se esquecido que no mundo as negociações comerciais são a base de qualquer relação, e se recusa a fazê-lo querendo impor uma queda de braço a sua população, que terá que pagar por esta guerra. O país comunista elevou as tarifas em retaliação contra os produtos importados dos Estados Unidos de 84% para 125%, nesta sexta-feira (11). O imposto maior entra em vigor a partir de amanhã.
O movimento do país asiático é uma reposta às declarações da Casa Branca que esclareceram que tarifas impostas contra os produtos chineses somam 145%. Trump já afirmou que o presidente da China é inteligente e espera que eles possam negociar.
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A China começou a censurar nesta quarta-feira (9) alguns conteúdos relacionados a tarifas que está impondo aos EUA, em redes sociais, depois que as taxas “recíprocas” dos Estados Unidos sobre dezenas de países entraram em vigor, incluindo tarifas de 104% sobre produtos chineses.
Hashtags e buscas por “tarifa” ou “104” foram, em sua maioria, bloqueadas na rede social chinesa Weibo, com páginas mostrando uma mensagem de erro.
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Enquanto isso, publicações que criticavam os EUA eram as mais acessadas no país. Hashtags que sugerem que os EUA estão com escassez de ovos ficaram entre as mais vistas no Weibo, incluindo uma criada pela emissora estatal chinesa CCTV.
Em publicação no Weibo, a CCTV disse que os americanos estão “agitando a bandeira tarifária de forma ostensiva, impondo tarifas sobre os produtos de aço e alumínio da União Europeia”, mas também estão “escrevendo cartas aos países europeus em voz baixa, pedindo ovos com urgência”.
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A censura também se estendeu ao aplicativo de mensagens WeChat, onde muitas publicações de empresas chinesas que destacavam o impacto negativo do tarifaço foram retiradas da plataforma, segundo uma análise da Reuters.
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Grande Firewall da censura na China comunista
A China controla a internet com um sistema conhecido como “Grande Firewall”. As publicações nas redes sociais são rotineiramente censuradas quando consideradas prejudiciais aos interesses do país.
Plataformas estrangeiras, como Instagram e X, são bloqueadas, em um sistema que criou um mercado cativo para alternativas nacionais.
A China pode ser substituída por países como Vietnã e Índia na produção para os EUA, de acordo com o advogado Pang Jiulin, de Pequim. Ele diz que, diante da posição americana, a China não tem outra saída a não ser “lutar até o fim”.
Mas destaca que, com a decisão da China de aumentar as tarifas para produtos dos EUA, “os chineses pagarão um preço maior por seus produtos norte-americanos favoritos”, como aparelhos da Apple e carros da Tesla.
As ações chinesas caíram 7% na segunda-feira (7), com o Índice Composto de Xangai registrando seu pior dia em cinco anos. Nesta quarta-feira (9), elas fecharam em alta, impulsionadas por promessas estatais de apoio aos mercados locais.
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Governo Chinês tenta parecer a vítima das tarifas de importação e exportação
“A imposição pelos EUA de tarifas anormalmente altas à China viola gravemente as regras do comércio internacional e econômico, as leis econômicas básicas e o bom senso, sendo um ato completamente unilateral de intimidação e coerção,” diz o comunicado do Ministério das Finanças da China.
No entanto, Pequim disse que não vai mais igualar eventuais novas elevações de tarifas pelos EUA, alegando que as importações americanas não são mais comercializáveis nos níveis atuais.
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“A imposição sucessiva de tarifas excessivamente altas à China pelos EUA tornou-se nada mais do que um jogo de números, sem real significado econômico. Isso apenas expõe ainda mais a prática americana de usar tarifas como arma para intimidação e coerção, transformando-se em uma piada”.
China também informou que apresentou uma queixa adicional junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas pelo governo norte-americano.