Depois de anos desaparecido, e de ter se tornado professor no Japão devido a exigências do governo comunista Chinês que assumiu indiretamente seus negócios. Jack Ma, fundador do gigante do comércio eletrónico Alibaba, reapareceu esta segunda-feira 17, num evento oficial promovido pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após se ter mantido longe dos holofotes desde 2020.
Um vídeo divulgado pelo canal de televisão estatal CCTV mostra Ma a aplaudir, antes da entrada de Xi e de outros líderes do Partido Comunista da China (PCC), no início de um simpósio invulgar com executivos do setor privado, incluindo empresas como a Tencent, BYD, Huawei e DeepSeek.
A queda de Ma remonta ao final de 2020, quando proferiu um discurso, no qual mostrou discordância com a estratégia de Pequim para minimizar os riscos no sistema financeiro e os bancos tradicionais, que, segundo ele, eram geridos como “casas de penhores”. Dias depois, os reguladores chineses forçaram a suspensão da entrada em bolsa da subsidiária fintech (tecnológica financeira) da Alibaba, a Ant Group, operadora da popular plataforma de pagamentos Alipay.
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O negócio, que descarrilou apenas 36 horas antes da data prevista para a sua realização, deveria ter sido a maior entrada em bolsa da história, permitindo à empresa arrecadar 34,5 mil milhões de dólares (quase 33 mil milhões de euros). Até então, Ma era o homem mais rico da China. E um risco para Xi caso não seguisse suas regras. O magnata chinês Jack Ma, fundador da gigante tecnológica Alibaba, aceitou em 2023, um cargo de professor colaborador em uma universidade do Japão, seu segundo trabalho como docente após ocupar um cargo honorário. Isto ocorreu após ficar anos desaparecido. É como fosse um exilio forçado no Japão, por determinação do governo comunista chinês.
O empresário não só era o grande rosto visível do desenvolvimento do setor privado no país asiático, como também era considerado praticamente intocável.
Depois das disputas com Pequim, Ma manteve-se discreto, a ponto de se especular que as autoridades o teriam proibido de sair do país ou que teria sido detido, mas como é normal na China, nada se provou contra o governo comunista.
A mudança, segundo os especialistas, chegou no início de 2023, quando o Ant Group cumpriu uma das principais exigências de Pequim: dissolver o poder de voto de Ma, o que muitos analistas interpretaram como o fim de uma campanha reguladora que tinha resultado em multas antimonopólio contra a Alibaba e outras empresas proeminentes como a Tencent ou a Didi, a “Uber chinesa”.
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Agora o empresário reapareceu na China após notícias de que se tinha mudado para o exterior, e os especialistas anteciparam que Pequim esperava que o seu regresso servisse para estimular os esforços do governo para recuperar a confiança do setor privado. E acontece exatamente quando as empresas começam a se mudar para os Estados Unidos com Donald Trump, promovendo capitalismo e liberdade, algo impossível para empresários na China.
Nas palavras da empresa de consultoria Trivium China: “A campanha começou com Jack Ma e termina com Jack Ma“.