A confiança dos comerciantes registrou, em dezembro, sua 4ª queda consecutiva. No último mês do ano, o índice reduziu 1,4% em relação a novembro, atingindo 108,9 pontos. O dado é de levantamento realizado pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
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Apesar da queda, descontados os efeitos sazonais, o resultado se mantém em uma zona de satisfação. No entanto, segundo a confederação, a sequência de quedas levanta preocupações em relação às perspectivas para o setor em 2024.
Segundo o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, a persistência das quedas sugere que o limiar de 100 pontos, que representa a inflexão para a insatisfação, pode ser rompido em maio de 2024.
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Em uma análise a longo prazo, o resultado na comparação com dezembro de 2022 mostra uma queda mais expressiva: em 1 ano, o Icec (Índice de Confiança do Empresário do Comércio) caiu 13,2%.
“A trajetória descendente que observamos ao longo do ano pode ser atribuída a diversas incertezas, como as preocupações com possíveis aumentos da carga de impostos após a aprovação da reforma tributária e os sinais de um ambiente econômico desafiador em 2024”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
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PERCEPÇÃO DOS EMPRESÁRIOS
O principal fator que fez com que o Icec reduzisse foi a percepção dos empresários sobre as condições atuais da economia, que diminuiu 3,1% em relação ao mês anterior.
Segundo o levantamento da CNC, 6 em cada 10 empresários notaram uma piora no desemprenho das vendas em dezembro -foi o maior número desde junho de 2021 no auge da pandemia. Um dos aspectos significativos para essa percepção negativa foi o resultado “decepcionante” da Black Friday de 2023, de acordo com a Confederação.
“A desaceleração do crescimento do comércio ampliado, conforme apresentado nos resultados da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] para agosto, setembro e outubro, contribui para essa perspectiva mais moderada da expectativa econômica no Icec”, explica Tavares.
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O levantamento também avaliou a percepção em relação ao setor do comércio. Os resultados mostram que os varejistas reduziram em maior grau sua intenção de investir na própria empresa, apresentando uma queda de 1,4% em dezembro.
A intenção de contratar funcionários diminuiu 2,3% no mês e 11% em relação a dezembro de 2022 e a de investir caiu 1,7% no mês e 12,9% no ano.
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