A Americanas cortou mais de 2,7 mil vagas desde o início da crise contábil que a lançou em uma recuperação judicial. De acordo com relatório entregue à Justiça na segunda-feira (20) pelos administradores judiciais, a varejista tinha 40.426 funcionários diretos em 13 de março. O total representa uma redução de 2.741 postos de trabalho na comparação com o número de colaboradores celetistas (43.167) da companhia em 12 de janeiro. Um dia antes, a Americanas (AMER3) anunciou ao mercado a existência de R$ 20 bilhões em inconsistências contábeis.
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Só no período entre 27 de fevereiro e 12 de março, aconteceram 1.045 desligamentos, detalha o relatório. Desse total, a maior parte foram pedidos de demissão (531).
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O pedido de recuperação judicial da Americanas também fez o prazo de pagamento da varejista a seus fornecedores encolher drasticamente. Segundo o relatório, o prazo – que era de 124 dias em janeiro – foi de 10 dias em fevereiro. A varejista entrou com pedido de recuperação judicial em 19 de janeiro.
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“[As empresas do grupo] relatam que, diante do pedido de recuperação judicial, os seus fornecedores estão exigindo, em regra, o pagamento antecipado dos produtos vendidos, o que vem impactando no seu ciclo financeiro e fluxo de caixa”, destaca o documento.
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Outro ponto destacado no relatório de 461 páginas é fato de os créditos listados na relação de credores consolidada divulgada pela Americanas somarem R$ 50,1 bilhões, enquanto o valor total do passivo informado pela companhia à Justiça foi de R$ 42,48 bilhões. A diferença – esclarece o documento – se refere a créditos intercompany (entre empresas do grupo) que totalizam R$ 7,62 bilhões.