Desvio de US$ 100 milhões da Binance. Entenda o ataque á exchange cripto. Especialistas em criptomoedas ficaram alarmados após surgirem relatos de que uma grande quantidade de Binance Coin (BNB) estava sendo drenada de um cofre digital pertencente à Binance, a maior exchange cripto do mundo.
Isto porque, dados públicos extraídos da blockchain BNB Smart Chain (ou BSC, patrocinada pela Binance) mostravam 2 milhões de tokens BNB resgatados em dois lotes. À primeira vista, analistas começaram a especular que a própria Binance poderia estar movendo os recursos.
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No entanto, logo ficou claro que havia algo fora de lugar: os ativos rapidamente começaram a ser enviados a outras redes e usados como garantia para obter empréstimos em outras criptos, principalmente Ethereum (ETH).
Por esta razão, havia uma grande chance de ocorrer um ataque de grandes proporções em curso. Pela cotação do BNB àquela altura, os tokens desviados eram equivalentes a cerca de US$ 570 milhões (quase R$ 3 bilhões).
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Contudo, através do Twitter, a BNB Chain afirmou que “devido à atividade irregular”, estava “pausando temporariamente a BSC”. Mais tarde, os mantenedores da rede confirmaram que a atividade era uma “exploração potencial” e que já estava contida.
Durante a madrugada a BNB Chain confirmou que coordenou o desligamento da rede e retomou as operações por volta das 3:40 no Horário de Brasília, após validadores aplicarem uma atualização de software para bloquear saques da carteira do hacker.
Entretanto, não há indícios de que a corretora Binance tenha sido hackeada. As criptos desviadas no ataque são da rede BNB Smart Chain, que é criada e mantida pela empresa, mas não tem ligação direta com o funcionamento da exchange. Não há sinais de que contas de clientes tenham sido afetadas.
Portanto, os tokens roubados seriam da própria BNB Chain. Eles foram interceptados, segundo o CEO da Binance, Changpeng Zhao, de um software chamado BSC Token Hub, que funciona como espécie de câmara de compensação para transações de criptomoedas que trafegam internamente na rede BNB Chain.
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E ainda, Zhao afirmou que a indústria precisa aprender com o episódio. “Nós como indústria temos que aprender com esses erros e tornar nosso código mais seguro. Software e código nunca são livres de falhas, mas no mundo blockchain, sempre que há um bug há perdas muitos grandes. Mas conseguimos minimizar os danos para menos de US$ 100 milhões agora”, afirmou.
Em contrapartida, o executivo esclareceu que a blockchain do BNB em si não foi hackeada. O ataque, segundo ele, ocorreu no software que funciona como uma ponte entre duas cadeias internas. “Já vimos muitos ataques como esse na indústria. Ainda existem falhas que estamos descobrindo. Mas a blockchain em si não tem problemas”, alegou Zhao.
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Por fim, sobre o desligamento que foi realizado a exchange explicou que, “redes descentralizadas não foram projetadas para serem interrompidas, mas ao entrar em contato com os validadores da comunidade, um por um, conseguimos impedir que o incidente se espalhasse”, disseram os patrocinadores da BNB Chain. Os validadores são as empresas ou indivíduos que controlam os computadores responsáveis por processar as transações que trafegam na rede.
“Não foi tão fácil, pois a BNB Smart Chain tem 26 validadores ativos no momento e 44 no total em diferentes fusos horários. Isso atrasou o fechamento, mas conseguimos minimizar as perdas”.
A providência parece ter dado certo. Às 7h de hoje, a BNB era negociada a US$ 285, em queda de 3,4% nas últimas 24 horas, recuo considerado pequeno diante de um ataque hacker de grandes proporções.