Entenda a renda fixa com marcação a mercado ou na curva

Recorde de investimentos em Renda Fixa melhora captação de fundos
Criador: Advantus Media Inc. and QuoteInspector.com | Crédito: QuoteInspector.com
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Entenda a renda fixa com marcação a mercado ou na curva. Uma mudança regulatória envolvendo investimentos de renda fixa entrará em vigor na virada do ano. A partir do dia 2 de janeiro, os distribuidores – como bancos e corretoras – vão precisar “marcar a mercado” o valor de alguns títulos, como Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e Imobiliário (CRIs), debêntures e títulos públicos adquiridos via tesouraria.

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A marcação a mercado vai permitir que investidores pessoa física consigam acompanhar, dia a dia, quanto realmente valem os papéis que adquiriram. Isso porque esse processo nada mais é do que a atualização do valor dos títulos segundo os preços pelos quais estão sendo negociados no mercado.

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Atualmente, a maior parte dos bancos e corretoras atualiza os preços dos investimentos de renda fixa com base na chamada “marcação na curva”. Um título marcado na curva tem seu valor atualizado todo dia pela mesma taxa contratada pelo investidor no momento em que fez o investimento.

Ocorre que essa taxa muda todos os dias, de acordo com os negócios fechados entre quem tem o título para vender e quem está interessado em comprar. Com a marcação a mercado, a atualização do valor será realizada a partir da taxa que estiver sendo negociada para aquele investimento no dia.

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A regra foi estabelecida pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) no início deste ano. Bancos e corretoras têm até o fim de 2022 para adaptar seus processos e informar os clientes a respeito da nova sistemática.

Mas há uma exceção, e ela pode acabar provocando uma situação inusitada: um mesmo título poderá ser registrado por um preço na carteira de um determinado investidor e por um preço diferente na carteira de outro.

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Isso pode acontecer porque os investidores qualificados – que contam com mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras – poderão escolher se preferem migrar para a marcação a mercado ou manter a marcação na curva. Se optarem pela marcação na curva, terão que formalizar esse pedido junto à corretora.

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Já para os investidores de varejo, a mudança no tipo de marcação é obrigatória.

O efeito, no entanto, é “virtual”, na prática, se decidir negociar seus papéis de renda fixa no mercado antes do vencimento, tanto o investidor qualificado quanto o de varejo precisarão vendê-los pelo mesmo valor, segundo os preços do dia.

“A diferença é que o investidor de varejo, que terá os títulos marcados a mercado, provavelmente perceberá uma distância menor entre o valor dos seus papéis no extrato da corretora e o valor pelo qual conseguirá vendê-los no mercado”, os títulos já estarão refletindo as novas taxas de negociação diariamente.

Já um investidor qualificado que opte por manter a marcação na curva pode acabar se surpreendendo na hora da venda, seja com um valor maior ou menor do que seu extrato indicava.

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Embora esteja gerando expectativa entre os investidores, a adoção da marcação a mercado não deve causar “um grande choque”. Isso porque outros papéis populares já têm seus preços atualizados dessa forma.

É o caso, por exemplo, dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto. Se você investe neles, é possível que em algum momento de 2022 tenha tomado um susto ao ver uma rentabilidade negativa registrada para os papéis. Títulos prefixados e atrelados à inflação costumam desvalorizar em períodos em que os juros estão em alta, como aconteceu ao longo desse ano.

Não significa que o investidor terá perdas: se mantiver os papéis na carteira até o vencimento, receberá a taxa acordada no momento em que o investimento foi feito. A chance de prejuízo existe quando há a intenção de venda antecipada.

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Os títulos do Tesouro Direto sempre foram marcados a mercado, assim como as ações e os investimentos dos fundos. Os investidores não compram apenas renda fixa privada, ele tem uma carteira heterogênea e experiência com esse processo.

Fora isso, algumas corretoras já vinham disponibilizando a opção de acompanhar os títulos de crédito de acordo com a marcação a mercado desde 2019 – a diferença é que a partir de agora ela passa a ser obrigatória.

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